SP: prefeitura propõe desvio paralelo à cratera da Marginal
Mudança prevê nova rota pela Rua Aquinos, na Água Branca, que será estendida por mais uma quadra até a Ponte Freguesia do Ó
A Prefeitura de São Paulo publicou no Diário Oficial desta quarta-feira, 2, uma proposta de desvio na Marginal Tietê após a abertura da cratera que atingiu a via e as obras da Linha 6-Laranja do Metrô na terça-feira, 1º. A medida prevê uma rota pela Rua Aquinos, na Água Branca, que será estendida por mais uma quadra, no sentido das Rodovias Castelo Branco e Ayrton Senna.
Com a mudança, o novo caminho sugerido é acessar a Rua Cenno Sbrighi, seguir pela Rua Aquinos (passando pela futura extensão) e retornar à marginal pela Rua Visconde de Nanique, nas proximidades da Ponte Freguesia do Ó. Até o momento, não há informação oficial sobre a data de início da operação, mas a obra é tratada como "emergencial".
Na publicação, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) autoriza a adoção de planos viários de contingência apresentados pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito, inclusive com a liberação da "requisição administrativa de áreas privadas" se necessário. Ele determina o encaminhamento da autorização à secretaria para a tomada das "providências necessárias, em caráter de urgência, e à PGM (Procuradoria Geral do Município), para ciência".
O rodízio de automóveis e caminhões está suspenso ao menos até a sexta-feira, 4. Em entrevista à Rádio Eldorado, Hemilton Inouye, diretor de operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirmou que o desmoronamento tem causado maior lentidão, afetando não apenas a Marginal Tietê, mas também a Marginal Pinheiros e as Rodovias dos Bandeirantes, Anhanguera e Castelo Branco. No trecho da cratera, a pista central está sendo desviada para as quatro faixas da expressa, que continua liberada.
"A Marginal Tietê é a artéria diária mais importante da cidade de São Paulo, afetando toda a região metropolitana. A intenção da liberação do rodízio é que os usuários de longos percursos - principalmente os caminhoneiros- não sejam afetados. Temos a visão que não podemos prejudicar os usuários", afirmou. "A nossa orientação é que, se possível, o usuário evite a região. Estamos prevendo um carregamento maior ao longo do pico da manhã desta quarta-feira."
Segundo balanço da CET, contudo, o índice de congestionamento nesta quarta-feira está dentro da média. Às 10h da manhã, eram registrados 34 quilômetros de congestionamento. Hoje, o desvio indicado é pelo corredor das Avenida Ermano Marchetti e Marquês de São Vicente, na altura da Ponte do Piqueri, até a Praça Doutor Pedro Corazza.
Comitê vai apurar acidente
Uma resolução conjunta das Secretarias Estaduais de Transportes Metropolitanos e Infraestrutura e Meio Ambiente publicada no Diário Oficial desta terça determina a criação de um comitê executivo destino "a acompanhar a apuração dos fatos e responsabilidades relacionados ao acidente ocorrido nas obras da Linha 6-Laranja do Metrô, monitorar o cumprimento das providências necessárias e assegurar a transparência das medidas adotadas, com informação a toda a população".
Segundo a publicação, o comitê será formado por especialistas nas áreas financeira, técnica, jurídica e de comunicação, "permitindo assim a análise da matéria em toda a sua amplitude", podendo incluir profissionais das duas secretarias, do Metrô, da CPTM, da Sabesp e do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), além da consultoria jurídica da Procuradoria Geral do Estado.
O comitê poderá convidar "a qualquer momento" representantes de entidades da administração direta ou indireta do Estado de São Paulo, da Prefeitura Municipal de São Paulo e de concessionárias de serviços públicos, "visando a adoção de medidas para a rápida normalização do tráfego local e da retomada das obras".
A concessionária responsável pela concessão da linha, a Acciona, poderá indicar um representante para acompanhar os trabalhos. "Os casos omissos serão levados à decisão do coordenador do comitê", salienta a publicação.
Os objetivos apontados são: acompanhar a apuração dos fatos e das respectivas responsabilidades, no âmbito administrativo, sugerindo as medidas necessárias à proteção do interesse público; monitorar o cumprimento das providências necessárias à proteção do interesse público; analisar a solução de pendências técnicas e a mitigação de eventuais danos decorrentes do acidente; avaliar os impactos econômico-financeiros decorrentes do acidente; divulgar boletins periódicos a toda a população, por intermédio do seu membro da área de comunicação; e apresentar, ao final dos trabalhos, um relatório circunstanciado dos fatos apurados, dos resultados das diligências e perícias produzidos e as providências realizadas.