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SP: protesto contra Alckmin tem conflito entre PM e manifestantes

30 jul 2013 - 19h49
(atualizado em 31/7/2013 às 04h39)
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Um protesto contra o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), no fim da tarde desta terça-feira, terminou em tumulto e conflito entre policiais e manifestantes na capital paulista.

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas participam do ato, que começou no Largo do Batata, na zona oeste da capital paulista. 

Parte dos manifestantes lembrava as denúncias de corrupção envolvendo as obras do Metrô de São Paulo que vem sendo veiculadas pela revista IstoÉ. “Estou aqui contra o governo do PSDB e a corrupção que ele representa em relação a uma das prioridades da população, que é o transporte público”, disse o professor do ensino fundamental Cícero Barbosa. Ele reclamou ainda dos baixos investimentos estaduais em saúde e educação.

A estudante de comércio exterior Fernanda Avelino disse que participava do ato para protestar contra a desigualdade social. “É muita desigualdade para o tamanho da arrecadação (de tributos pelo governo)”, disse ao reclamar da má distribuição de renda e da falta de infraestrutura. Para ela, os avanços indicados pelo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), divulgado ontem, não refletem a realidade do País. “Isso prova que as estatísticas não são nada ou é preciso algo muito além disso”.

Além de pedirem a saída de Alckmin, os manifestantes gritavam pedindo o fim da Polícia Militar e respostas para o caso do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu após ser levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde vivia.

Em passeata, o grupo se dirigiu para a avenida Rebouças. No local, parte dos manifestantes quebraram vidraças de agências bancárias e outros estabelecimentos comerciais.

Um alambrado de um ponto de ônibus também foi destruído. Foram usadas marretas e pedras nos ataques. Muros e prédios foram pichados por alguns manifestantes.Carros que estavam na rua também foram alvo de atos de vandalismo.

Durante o protesto, policiais detiveram manifestantes. Várias pessoas foram revistadas e tiveram os objetos avaliados pelos policiais. Ao longo da manifestação, ônibus chegaram a ser pichados. Em conflito com policiais militares, parte dos participantes do ato jogaram pedras contra a PM. 

A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. Após a ação da PM, a manifestação se dispersou. 

Em nota divulgada nesta terça-feira, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que a PM iria acompanhar o protesto, e citou que a manifestação “está sendo feita pelo mesmo grupo que promoveu atos de vandalismo na última sexta-feira (26) na avenida Paulista”.

De acordo com a nota, a presença da PM no protesto serve para “dar segurança aos cidadãos pacíficos”. Ainda no comunicado, a polícia afirmou que agiria “com a energia necessária para evitar atos criminosos”. 

Por conta do protesto, a avenida Rebouças ficou totalmente interditada, nos dois sentidos, a partir da rua Pedroso de Morais. Sacos de lixo foram lançados na via, para obstruir o tráfego. Às 19h20, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) recomendou que os motoristas evitassem a região. 

Prisões

De acordo com a Polícia Militar, 20 pessoas foram presas na manifestação. Segundo a Agência Brasil, cinco dos detidos foram apreendidos por homens da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), e permaneciam nessa situação ao longo da madrugada.

Um homem, que disse ser jornalista, foi detido pela Rota quando estava intoxicado pelo gás lacrimogêneo e não conseguia se levantar. Todos os detidos foram encaminhados para o 14º Distrito Policial (Pinheiros). As causas das prisões não foram informadas pela PM.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Com informações da Agência Brasil

Colaborou com esta notícia o internauta Ariel Peres Filho, de Porto Alegre (RS), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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