SP: protesto por democratização da mídia reúne 500 em frente à Globo
Manifestantes trocaram o nome da ponte estaiada que leva o nome do publisher da Folha por Vladimir Herzog
Cerca de 500 manifestantes ligados a vários movimentos sociais participaram, na noite desta quinta-feira, de um protesto pela democratização da mídia em frente à sede da Rede Globo, na zona sul de São Paulo. Durante o ato, um grupo pichou críticas à emissora nos muros, mas não houve confronto com a Força Tática da Polícia Militar, que fazia a segurança ao redor do local.
Marcada para ocorrer às 17h, a manifestação só começou duas horas e meia depois, quando chegaram parte dos manifestantes que participaram mais cedo do protesto geral convocado pelas centrais sindicais na avenida Paulista. Com faixas e cartazes com críticas à imprensa, o grupo rodeou a emissora e chegou a bloquear a pista local da marginal Pinheiros, no sentido Castello Branco, por cerca de meia hora.
Quando o protesto chegou à altura da ponte Octávio Frias de Oliveira, conhecida como ponte estaiada, um grupo colou um adesivo sobre a placa que leva o nome do jornalista, publisher do jornal Folha de S.Paulo (morto em 2007), substituindo-o pelo nome do jornalista Vladimir Herzog, assassinado em 1975 pela ditadura militar.
Ainda na ponte Octávio Frias, uma faixa da Marcha Internacional das Mulheres pedia mais respeito às pessoas do sexo feminino na abordagem na mídia.
Outras intervenções ocorreram no caminho da passeata, que apesar do clima tenso, ocorreu de forma pacífica. Em alguns relógios urbanos instalados pela zona sul, adesivos com a frase "ocupe a mídia" substituíram os anúncios publicitários.
Desde junho, quando ocorreram os protestos pela redução da tarifa do transporte publico e contra a Copa fãs Confederações, grandes veículos de comunicação foram alvo de protesto, sendo que os jornalistas da Rede Globo chegaram a ser agredidos em algumas ocasiões e a cobrir as manifestações sem a identificação da emissora. Nesta quinta, uma equipe da TV cobriu o protesto, mas não houve registro de violência contra os jornalistas, que também dispensaram identificação em seus microfones.
Greve geral
Milhões de trabalhadores prometem cruzar os braços e paralisar serviços fundamentais como bancos, indústria, obras, transporte público e construção civil em várias cidades. Entre as entidades que aderiram a paralisação nacional estão a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Chamado pelos sindicatos de greve geral, o movimento - que pegou carona na onda de protestos que atingiu diversas cidades brasileiras em junho - é o quarto desse tipo em 190 anos, desde a Independência (7 de setembro de 1822). Em 2013, a novidade é a unificação dos sindicatos e movimentos sociais em uma pauta que cobra o avanço do Brasil.
Veja a lista divulgada pela Força Sindical das cidades que devem participar do dia de paralisações:
ESTADO | CIDADES |
Amazonas | Manaus |
Alagoas | Maceió |
Bahia | Salvador, Itabuna, Alagoinhas, Brumado, Caetité, Jequié, Camaçari, Nazaré, São Roque e Itabuna |
Ceará | Fortaleza |
Distrito Federal | Brasília |
Espírito Santo | Vitória |
Goiás | Catalão e Anápolis |
Mato Grosso | Cuiabá |
Mato Grosso do Sul | Campo Grande |
Minas Gerais | Belo Horizonte e Ipatinga |
Pará | Belém |
Paraná | Curitiba |
Pernambuco | Recife |
Rio de Janeiro | Rio de Janeiro, Volta Redonda e Resende |
Rio Grande do Norte | Natal |
Rio Grande do Sul | Porto Alegre e Região Metropolitana |
Santa Catarina | Florianópolis, Criciúma, Itajaí e Chapecó |
São Paulo | São Paulo, Osasco, Santo André, Guarulhos, São Caetano, Santos, Barretos, Marília, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Franca, Santos, Sorocaba, São José dos Campos, Lorena, Araçatuba, entre outras. |
Sergipe | Aracaju |