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SP: protestos por Plano Diretor na Câmara continuam nesta 4ª

Alguns manifestantes dormiram no plenário aguardando o início da votação do Plano Diretor Estratégico

30 abr 2014 - 08h16
(atualizado às 09h56)
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Manifestantes passaram a noite acampados na região da Câmara Municipal
Manifestantes passaram a noite acampados na região da Câmara Municipal
Foto: Bruno Santos / Terra

Manifestantes de movimentos por moradia interditam, pelo segundo dia, o viaduto Jacareí, na região central de São Paulo. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o grupo bloqueou a faixa da esquerda da via, em frente à Câmara Municipal. Ontem, a votação do Plano Diretor Estratégico (PDE) foi adiada em clima de tensão e depredação da Casa. O novo adiamento ocorre, entre outros motivos, por conta de uma liminar judicial que invalida as dezenas de audiências públicas que já ocorreram sobre o tema em toda capital.

O impasse acontece também porque vereadores ainda divergem sobre vários pontos do PDE, como a criação do aeroporto de Parelheiros, quantidade de CEUs e as Zonas de Uso Estritamente Industrial (ZEI).

Manisfestantes que protestam em frente à câmara pela votação do projeto entraram em confronto com a Polícia Militar no fim da tarde. Diante do adiamento da votação, o grupo se revoltou e colocou fogo em pneus e outras barricadas. A sala do PSDB na Câmara, que fica de frente para a rua, teve as janelas quebradas por pedras lançadas. A PM reagiu jogando bombas de gás e água nas centenas de manifestantes.

Com a confusão, a votação do Plano Diretor foi mais uma vez adiada e deverá ocorrer nesta quarta-feira, às 10h. Alguns dos manifestantes domiram no plenário da Câmara e aguardam o início dos trabalhos dos vereadores.

Briga política

O tucano Floriano Pesado, líder do PSDB, é contra a votação e disse que a Câmara precisa obedecer a Justiça. Segundo ele, o partido da oposição só votaria se a liminar for derrubada.

“Essa decisão na Justiça impede que o plano continue tramitando. Ela diz que parte da tramitação, que são as audiências públicas, estão sub judice, e isso significa que qualquer continuação está sub judice. Nós vamos obstruir a votação de hoje (terça-feira) considerando que estamos correndo um risco de todo trabalho que foi realizado pela comissão ser desperdiçado por uma liminar. Estamos pedindo para que cacem a decisão para podermos votar. As audiências públicas são parte integrante", disse ele.

Já o vereador Nabil Bonduki (PT) defendeu que o PDE fosse votado ontem mesmo. “Nós realizamos, entre outubro e dezembro, 45 audiências públicas. E foi com base nessas audiências que nós preparamos o substitutivo. Entre a primeira e a segunda votação entrarão as alterações da segunda etapa de audiências públicas", disse. “É jogar contra a cidade, contra o processo democrático. Prefiro que possamos debater e colocar em votação. Se o PSDB tiver divergências sobre algum ponto, que apresente emendas que possam ser discutidas e votadas. Não vejo porque eles queiram deixar de votar”, completou.

Após o quebra-quebra generalizado, Pesaro responsabilizou o prefeito da capital, Fernando Haddad, pela depredação na Casa após a votação do Plano Diretor Estratégico ser adiada.

“O primeiro a estimular essa truculência foi o prefeito Haddad, ao subir num carro de som na porta da prefeitura e dizer a esses supostos manifestantes para virem para porta da Câmara para pressionar os vereadores da forma que fosse para aprovar o Plano Diretor”, acusou Pesaro.

Pesaro acusou manifestantes que subiram no plenário de ter ligações com vereadores petistas, e disse que chegou a ser ameaçado por vários deles durante as discussões. “Vimos o tamanho da pressão, com movimentos organizados e liderados por partidos políticos. É só verificar quem são as pessoas que estiveram aqui para ver que têm ligação com o Partido dos Trabalhadores, inclusive a alguns vereadores”, acusou Pesaro.

Em nota, a Bancada do PT repudiou as declarações da oposição. "Se houve qualquer responsabilidade, foi da própria oposição que, de todas as maneiras possíveis, obstruiu o andamento da discussão usando artifícios para impedir o debate do texto do projeto", diz o texto.

"O Plano Diretor Estratégico foi debatido durante sete meses em audiências públicas, de onde foi construído um parecer que foi votado por unanimidade na Comissão de Política Urbana, na semana passada. Se a oposição não tivesse agido da maneira como agiu, nenhum tumulto, violência ou depredação teria acontecido", afirma o comunicado.

Fonte: Terra
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