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SP retoma remoção de barracas de moradores de rua após ganhar aval da Justiça

Liminar concedida em fevereiro deste ano proibia a ação, prevista em decreto municipal desde 2020

3 abr 2023 - 19h57
(atualizado às 21h51)
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Cercamento provisório na Praça Marechal Deodoro; população de rua migrou para baixo do Minhocão (Arquivo)
Cercamento provisório na Praça Marechal Deodoro; população de rua migrou para baixo do Minhocão (Arquivo)
Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão

A Justiça de São Paulo derrubou uma liminar que impedia a remoção de barracas da população de rua quando elas ocuparem vias ou praças públicas da capital, ação prevista em decreto desde 2020 e suspensa desde fevereiro deste ano, via medida judicial. Nesta segunda-feira, 3, a Prefeitura retomou as ações diárias de zeladoria na região central da capital.

"Não existe nenhuma inovação nas ações da Prefeitura de São Saulo. O que houve foi um período crítico da pandemia, onde se autorizou temporariamente a questão das barracas", disse o prefeito Ricardo Nunes (MDB), ao comentar a decisão em coletiva de imprensa nesta manhã. "A gente entende que não é digno que as pessoas fiquem expostas ao sol e à chuva, sem uma torneira, sem banheiro e sem chuveiro."

O decreto publicado originalmente em fevereiro de 2020 já estabelecia que "objetos que caracterizem estabelecimento permanente em local público, principalmente quando impedirem a livre circulação de pedestres e veículos, tais como camas, sofás, colchões e barracas montadas ou outros bens duráveis que não se caracterizem como de uso pessoal" poderiam ser recolhidos nas ações de zeladoria.

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A decisão da Justiça de derrubar a liminar foi criticada pelo padre Júlio Lancellotti nas redes sociais, onde acusou a administração municipal de "aporofóbica e cruel". Segundo ele, a prática de remoção das barracas é "higienista" e "violenta".

Já a Prefeitura rebateu as acusações afirmando que defende "condições dignas" para as pessoas viverem e que tem aumentado a oferta de vagas nos Centros de Acolhimento, nas moradias populares do programa Vila Reencontro e nos hotéis conveniados.

De acordo com o Censo 2021, divulgado em janeiro de 2022, 31.884 pessoas vivem em situação de rua na cidade de São Paulo.

Estadão
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