SP tem alta de homicídios e latrocínios em maio; roubos e furtos caem
Estupros também apresentaram queda no Estado, segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública
Os homicídios cresceram 3% no Estado de São Paulo em maio deste ano, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 25, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Foram 206 casos registrados no último mês, ante 200 ocorrências no mesmo recorte do ano passado.
Os latrocínios, que já estavam em alta no primeiro trimestre, também subiram: foram de 14 para 21 no mesmo período, o que representa um aumento bem mais expressivo, de 50%. Por outro lado, roubos, furtos e estupros apresentaram queda em maio deste ano:
- Roubos foram de 19.264 para 16.501, queda de 14,4%;
- Furtos foram de 50.173 para 45.940, queda de 8,3%;
- Estupros foram de 1.299 para 1.246, queda de 4,1%;
- Homicídios foram de 200 para 206, alta de 3%;
- Latrocínios foram de 14 para 21, alta de 50%.
Em nota publicada no site, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que, a despeito do crescimento de homicídios no Estado, a cidade de São Paulo registrou em maio o menor número de homicídios intencionais para o mês desde 2001, quando teve início a série histórica.
Conforme o balanço, foram 38 registros no mês de maio. "No acumulado de cinco meses, a capital paulista também tem a menor quantidade de homicídios dolosos dos últimos 24 anos: foram 188 casos, queda de 10% na comparação com igual período de 2023?, afirmou a pasta.
Quando se leva em conta o total de vítimas de homicídios dolosos, foram 40 em maio deste ano, ante 43 no mesmo período do ano passado, o que representa uma redução de quase 7%, apontam os dados da Secretaria da Segurança Pública.
Capital também apresenta queda de roubos e furtos
A exemplo do que ocorreu no Estado, a capital paulista também apresentou quedas nos indicadores de roubos, furtos e estupros no mês passado, segundo os dados divulgados nesta terça:
- Roubos foram de 11.168 para 9.687, queda de 13,3%;
- Furtos foram de 21.436 para 20.230, queda de 5,6%;
- Estupros foram de 259 para 242, queda de 6,6%;
- Homicídios foram de 43 para 40, queda de 7%;
- Latrocínios foram de 4 para 5, alta de 25%.
Por outro lado, os latrocínios subiram na cidade de São Paulo. Foram 5 casos em maio deste ano, ante 4 no mesmo período do ano passado.
Em um dos casos mais emblemáticos, um idoso de 88 anos foi morto na região do Sacomã, na zona sul de São Paulo, após ter a casa invadida por criminosos.
João Masahiro Kanashiro estava em casa com a esposa quando cinco criminosos encapuzados invadiram a residência e amarraram o casal enquanto reuniam objetos de valor, como joias e celulares. Segundo as investigações, o idoso foi espancado ao tentar gritar por socorro. Ele não resistiu aos ferimentos.
Como mostrou o Estadão na época, a Polícia Civil prendeu em flagrante ao menos dois suspeitos de participar do roubo. Segundo as autoridades policiais, um deles, de 17 anos, já havia passado pela Fundação Casa também pelo crime de latrocínio.
Latrocínios já apresentavam alta no começo deste ano
Os crimes deste tipo apresentaram alta de 24,3% no primeiro trimestre deste ano, como mostrou recentemente o Estadão. Foram 46 vítimas de latrocínio registrados no Estado de São Paulo no período, ante 37 no mesmo recorte do ano passado.
Em um dos casos, um turista holandês de 58 anos morreu após sofrer um assalto na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo, e bater a cabeça. O caso ocorreu no dia 27 de janeiro. Hessel Hoeskra chegou a ficar 12 dias internado no Hospital 9 de Julho, também no centro, mas não resistiu aos ferimentos.
Na Vila Olímpia, zona sul, uma guarda-civil municipal de Praia Grande, no litoral, foi morta com um tiro na cabeça após assalto no último dia 3 de março. A vítima, Valcleide Queiroz, de 56 anos, estava parada de motocicleta em um semáforo quando foi abordada por dois homens também em uma moto.
A Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota enviada à reportagem, estar "empenhada no combate à criminalidade em todo o Estado". A pasta disse analisar continuamente a variação dos crimes contra a vida, incluindo homicídios e latrocínios.
"Como resultado, o território paulista fechou os últimos 12 meses (de junho de 2023 a maio de 2024) com as menores taxas de casos e vítimas de mortes intencionais - indicadores que reduziram 7,9% e 8,2%, respectivamente, nos primeiros cinco meses deste ano", disse. "Na capital, por exemplo, os registros de homicídios, tanto em maio como no acumulado, foram os menores em 24 anos."
A secretaria afirmou que também tem concentrado esforços no combate a crimes patrimoniais, utilizando inteligência e tecnologia, além do reforço no policiamento e investigações. "Os roubos e furtos em geral no Estado apresentaram quedas de 13,1% e 4%, respectivamente, e os roubos de veículos tiveram a menor quantidade de casos desde 2001."
Conforme a pasta, 84 mil suspeitos foram presos e apreendidos (alta de 5,3%) no território paulista de janeiro a maio. Também foram retiradas das ruas 5 mil armas de fogo ilegais (aumento de 25,7%) e recuperados mais de 23,1 mil veículos (acréscimo de 20,3%).
"Com relação aos estupros, a pasta tem atuado para ampliar os canais para comunicação deste tipo de crime, combatendo a subnotificação. Atualmente, há 141 salas de Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) para atendimento ininterrupto, por videoconferência, em plantões policiais, além das 140 DDMs territoriais já existentes e a DDM On-line, que também está acessível 24 horas por dia para o registro de ocorrências e solicitação de medidas protetivas a partir de qualquer dispositivo conectado à internet", acrescentou.