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Tatuzão operava em local do acidente do Metrô desde dezembro e percorreria 10 quilômetros

Tuneladora foi instalada em poço de ventilação e chegaria até estação no centro da capital

1 fev 2022 - 12h07
(atualizado às 14h23)
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O Tatuzão, equipamento de perfuração de túneis, operava no local do acidente desta terça-feira, 1, desde 16 de dezembro e tinha a previsão de percorrer dez quilômetros como parte das obras da Linha 6-Laranja do Metrô. Uma estrutura do canteiro de obras desmoronou, atingindo parte das pistas da Marginal do Tietê, que segue interditada.

Buraco se formou ao lado de canteiro de obras do Metrô
Buraco se formou ao lado de canteiro de obras do Metrô
Foto: Reprodução/TV Globo / Estadão

A tuneladora, nome técnico do equipamento, começou a escavação em um evento que contou com a presença do governador João Doria (PSDB). O Tatuzão partiu do VSE Tietê (poço de ventilação e saída de emergência) e chegaria até um outro VSE na Avenida Senador Felício dos Santos, no centro.

O equipamento percorreria dez quilômetros nos próximos meses entre as estações Santa Marina e São Joaquim. Pesando 2 mil toneladas, cada Tatuzão possui diâmetro de 10,61 metros e extensão de 109 metros, de acordo com especificações da empresa responsável pela obra. Sua capacidade de perfuração é de aproximadamente 12 a 15 metros por dia.

A concessionária, o governo e os bombeiros ainda não informaram o que causou o desmoronamento desta terça-feira. A Secretaria de Transportes Metropolitanos declarou que as causas serão apuradas, assim como a extensão dos danos à obra e às vias locais.

Para a sua operação são necessárias aproximadamente 50 pessoas, divididas em três turnos de trabalho, informou a Acciona. A máquina possui refeitório, cabine de enfermagem, esteira rolante para a retirada do material escavado, além de cabine de comando e equipamentos auxiliares.

A previsão do governo paulista era que um outro Tatuzão começasse a trabalhar ainda no primeiro semestre deste ano no sentido inverso, do centro para a zona norte.

"Essa obra foi um desafio. Quando assumimos o governo, tínhamos 30 grandes obras paradas no estado. Encontramos uma solução jurídica e o resultado está aqui. Quando se quer, resumimos todas as dificuldades a uma expressão: vamos fazer!", disse o governador João Doria em dezembro.

"O início da operação do Tatuzão é um momento emblemático nas obras da Linha 6-Laranja, considerado o maior empreendimento em infraestrutura na América Latina", acrescentou na data o secretário dos Transportes Metropolitanos, Paulo Galli.

Obra ficou parada por 4 anos e foi retomada em 2020 por empresa espanhola

A Linha 6-Laranja do Metrô tem a previsão de interligar o bairro da Brasilândia, na zona norte, à Estação São Joaquim, na região central da capital. A obra tem 15 quilômetros de extensão e previsão de construção de 15 estações. A previsão do governo do Estado é que a linha, quando estiver pronta, deverá transportar 630 mil passageiros por dia.

A obra é fruto de uma parceria público-privada (PPP) do governo com a concessionária Linha Universidade. As obras estão em execução pelo braço de construção do grupo Acciona. Depois de finalizada a obra, a Linha 6 deverá ser operada pela Linha Uni por 19 anos.

Paradas por quatro anos, desde setembro de 2016, as obras foram reiniciadas em outubro de 2020. O contrato da implantação, manutenção e operação da linha foi comprado pela empresa espanhola Acciona em 2019. Antes ele era do consórcio Move São Paulo (formado pela Odebrecht TransPort, a Queiroz Galvão e a UTC Engenharia).

Embora o contrato do consórcio anterior tenha sido assinado em 2013, as obras foram iniciadas apenas em abril de 2015 e paradas no ano seguinte. Em 2008, o Estado chegou a noticiar que a linha começaria a operar de forma parcial em 2012 e integralmente três anos depois.

Estadão
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