Tatuzão pode ter causado afundamento de solo no RJ
O tatuzão, equipamento que perfura o solo ao mesmo que tempo em que estrutura o túnel do futuro metrô, pode ter sido o causador dos dois buracos nas obras da linha 4 em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro na madrugada de domingo. "Mas não descartamos nenhuma hipótese. Nossos técnicos, técnicos da Rio Trilhos e da empresa do equipamento de perfuração estão mergulhados tentando saber o que aconteceu para darmos uma resposta quanto antes", disse o engenheiro Aloísio Coutinho, do Consórcio Linha 4, que não descartou a hipótese de falha geológica, vazamento de água da Lagoa ou algum outro motivo para o que chamou de incidente.
"O tatuzão está passando pela região, mas qualquer afirmação agora seria especulação", disse. Coutinho, entretanto, descartou que um simples vazamento de água da rua teria causado o problema. Ele questionou também a tese do subsecretário de Defesa Civil, Marcio Mota, que mais cedo tinha afirmado que se tratava de falha geológica. “Eu disse que não descartava essa possibilidade, mas nunca afirmei ter sido essa a causa”, defendeu-se Mota.
Coutinho disse que a máquina chegou à região arenosa da rua Barão da Torre após passar pela região rochosa do morro do Cantagalo, onde já escavou 400 metros de solo. "Nosso projeto já previa essa situação e o que estamos fazendo é rever a escavação para saber o que vai ser feito de agora em diante. Por enquanto, as obras de escavação da linha 4 estão paradas, mas as obras nas estações continuam", afirmou.
O engenheiro disse ainda que o protocolo de altura da escavação, que hoje está em 18 metros de profundidade, está correto para a região. “Ele saiu do Cantagalo com 40 metros e à medida que a montanha vai acabando esse protocolo diminui para 20 ou 18 metros”, afirmou. De acordo com o engenheiro, os dois buracos tem aproximadamente quatro por quatro metros, com dois metros de profundidade. “Mas posso garantir que para a complexidade da obra, o tatuzão é a melhor tecnologia”, disse Coutinho.
Tanto o consórcio, quanto a Defesa Civil municipal e a Casa Civil do Estado descartam qualquer risco para os moradores. "O risco não existe", afirmou Leonardo Spíndola, secretário da Casa Civil. Tanto Coutinho quanto o diretor da Rio Trilhos, Heitor Lopes, garantiram que foram feitas mais de 10 mil vistorias na região antes de a obra começar e tudo será avaliado.
“Se algo for observado de grave por conta das obras, vamos realizar algumas intervenções para sanar o problema”, garantiu. Aloísio Coutinho explicou que ao longo das obras, prédios e estruturas são acompanhados por pinos colocados nas estruturas. “Nossa intervenção, por conta disso, foi rápida e eficiente”, garantiu, apesar da reclamação de moradores, de que até agora não foram avisados de nada.
O engenheiro afirmou que existe um posto de reclamação à disposição dos moradores na própria Barão da Torre, para quem quiser mais informações. E garante que os moradores estão sendo atendidos em seus pedidos. “Quatro moradores preferiram passar a noite em um hotel e nós pagamos. Mas eles já voltaram para casa”, afirmou. “Mas reafirmo que não houve danos estruturais a nenhuma edifício”. Já Spindola disse que o prazo da obra, que faz parte do projeto da cidade para os Jogos Olímpicos (primeiro semestre de 2016) está mantido. Ainda não há prazo para o reinício das obras.