Técnico de instalação que sofreu descarga elétrica de 13 mil volts relata: "Foi um milagre"
Rodrigo foi internado no Hospital Estadual de Bauru após o acidente e, por conta dos ferimentos, foi mantido por várias semanas em coma induzido
O técnico de instalação Rodrigo Moraes da Silva, de 40 anos, sofreu uma descarga elétrica de 13 mil volts enquanto fazia manutenção em um poste no bairro Vila São Paulo, na cidade de Bauru (SP).
O caso ocorreu em dezembro do ano passado. Rodrigo foi internado no Hospital Estadual de Bauru após o acidente e, por conta dos ferimentos, foi mantido por várias semanas em coma induzido. Ele recebeu alta em 8 de abril, porém, teve que retornar a ficar internado no dia 12 de maio, por insuficiência respiratória. Rodrigo relatou ao UOL que a recuperação está sendo difícil e que mal consegue respirar direito por conta das sequelas.
Um vídeo do momento em que ele leva o choque circulou nas redes sociais na época do caso. É possível ver suas roupas pegando fogo no momento do acidente. "Foi um milagre eu ter voltado à vida, porque eu sei que o meu coração parou de bater por um tempo lá em cima", ele relata.
Técnico de empresa de internet sofreu uma descarga elétrica enquanto fazia manutenção em um poste de Bauru (SP). Apesar das roupas com fogo, ele sobreviveu e foi levado para um hospital, com queimaduras graves pic.twitter.com/mHDypifgZa
— UOL (@UOL) December 10, 2022
Rodrigo tem sofrido muito com o fato de não poder trabalhar. Ele conta: "sempre fui muito trabalhador e assumi o papel de provedor desde muito cedo. Só que agora estou sem escolha. Depois de passar tantos meses no hospital, me deram alta sem eu ter melhorado. Eu tenho que tomar remédio para dor e também para não dar problema nos enxertos que tive que fazer. Não consigo andar direito, porque a pele e os músculos repuxam. Também não consigo respirar bem, fico o tempo todo soltando uma secreção escura".
Rodrigo, que é colaborador de uma empresa terceirizada que presta serviços para uma operadora de internet, não tem plano de saúde ou seguro pago pela companhia, por isso, todo o atendimento está sendo feito pelo SUS.
Ele relatou que os equipamentos que estavam sendo utilizados no momento do acidente, fornecidos pela empresa, eram de baixa qualidade e que no poste, havia um fio solto desencapado.
Rodrigo contratou um advogado para entrar com uma ação por danos à empresa terceirizada. "Vamos pedir indenização por redução da capacidade laborativa e também por danos morais. Além dele nunca mais poder exercer a função que exercia, ele vai ficar muito tempo afastado, o estado psicológico dele foi abalado. O que me leva também a pedir reparação por dano estético", afirmou Paulo Ribas, advogado de Rodrigo.
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Ele está recebendo R$ 1455 por mês do INSS, porém, também vende rifas pela Internet e depende da ajuda de familiares e amigos para sobreviver. Além disso, Rodrigo recebe doações via Pix (chave celular 14991559707) e pelo Facebook.
"Tive que me encostar no INSS e estou recebendo R$ 1.455 por mês. Só de aluguel pagamos aqui em casa R$ 1 mil. E o que sobra a gente compra de comida, por isso temos várias contas atrasadas", contou ele.