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Tempestades de poeira encobrem cidades no interior de São Paulo e em Mato Grosso do Sul

Fenômeno causou destruição e falta de energia em diversas partes. Especialista afirma que a causa são temporais com ventos fortes em contato com o solo muito seco

1 out 2021 - 19h44
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SOROCABA - Tempestades de poeira voltaram a encobrir cidades e assustar os moradores, na tarde desta sexta-feira, 1.º, no interior de São Paulo. O fenômeno atingiu as regiões de Presidente Prudente e Araçatuba, no oeste paulista. Cidades da região nordeste de Mato Grosso do Sul também foram atingidas pelas nuvens de poeira. Desta vez, o fenômeno veio acompanhado por fortes rajadas de vento e pancadas de chuva. Até o fim da tarde, havia registro de apenas uma vítima, ferida pela queda de uma telha. Várias cidades ainda estavam sem energia.

A tempestade de poeira já havia atingido as regiões de Ribeirão Preto e Franca, no norte do Estado, e o sul de Minas Gerais, no último domingo, 26. De acordo com a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, o fenômeno conhecido como "haboob" é causado por temporais com ventos fortes que, em contato com o solo muito seco, formam uma espécie de rolo compressor de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.

Tempestades de poeira voltaram a encobrir cidades do País nesta sexta-feira
Tempestades de poeira voltaram a encobrir cidades do País nesta sexta-feira
Foto: Reprodução/MetSul Meteorologia / Estadão

Foi o que aconteceu em Presidente Prudente, Andradina e Penápolis, por volta das 15 horas. A densa nuvem de poeira encobriu as áreas urbanas e atingiu também a zona rural. Em Penápolis, o vento forte que carregava a poeira causou destelhamentos de casas, quedas de árvores e rompimento da fiação elétrica. Segundo a prefeitura, a região central ficou sem energia, deixando o trânsito em situação de caos.

Em Presidente Prudente, a tempestade de poeira derrubou fios energizados e árvores, quebrou vidraças e arrancou placas de publicidade. Houve danos no aeroporto estadual, com a quebra de vidros no saguão de embarque e desembarque de passageiros. Na rodovia Raposo Tavares (SP 270), um caminhão tombou após ser envolvido pela tempestade. Houve danos no Recinto de Exposições. De acordo com a Defesa Civil, o vento teve rajadas de 80 km por hora.

Em Dracena, o temporal com nuvem de poeira causou destelhamentos e danos em casas e prédios públicos. No Centro Dia do Idoso, uma funcionária ficou ferida após ser atingida por uma telha. Ela foi levada para o Pronto Atendimento Municipal. A tempestade de poeira atingiu também Regente Feijó e Teodoro Sampaio. A Energisa Sul-Sudeste informou que a rede elétrica foi atingida por quedas de árvores e lançamento de galhos, causando interrupção no fornecimento de energia.

Em Pereira Barreto, moradores relataram susto com a chegada da tempestade de poeira, encobrindo o céu. O comerciante Moacir da Silva, morador da cidade, usou o celular para filmar a chegada do temporal. Segundo ele, depois que a nuvem de pó se dissipou, começou a chover. A prefeitura registrou quedas de árvores e destelhamentos.

Conforme o climatologista Vagner Camarini, a tempestade de poeira é um fenômeno comum nesta época do ano, quando o solo está mais exposto, devido ao longo período de estiagem. Segundo ele, a chegada de uma frente fria causou uma espécie de choque térmico, produzindo rajadas de vento. Normalmente, segundo explicou, o fenômeno acontece no período de transição da estação seca para a mais úmida.

Em Mato Grosso do Sul, tempestades de poeira foram registradas em Três Lagoas e Nova Alvorada do Sul, próximas da divisa com São Paulo, e também na capital, Campo Grande. Em Três Lagoas, os ventos chegaram a 68 km por hora, segundo a Defesa Civil estadual. Após a passagem da nuvem com pó e detritos, caiu um temporal. Foram registrados estragos no prédio da Secretaria Municipal da Cultura e as atividades foram suspensas. Na capital, o poeirão encobriu vários bairros e obrigou os moradores a se trancarem em casa.

Estadão
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