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TJ condenará Arquidiocese da Paraíba por pedofilia

Dois desembargadores votaram a favor do pagamento da indenização por crimes supostamente cometidos por padre acusado de aliciar adolescentes

24 jan 2019 - 01h19
(atualizado às 07h58)
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SOROCABA - A Primeira Câmara Especializada Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba formou maioria para condenar a Arquidiocese, órgão máximo da Igreja Católica no Estado, a pagar indenização por crimes de pedofilia que teriam sido cometidos por um padre. Na sessão desta terça-feira, 22, dois desembargadores votaram favoráveis à condenação, faltando apenas o voto do terceiro integrante da Câmara. Em outra ação, a Justiça do Trabalho condenou a Arquidiocese a pagar R$ 12 milhões de indenização por supostos crimes sexuais praticados por outros membros do clero no Estado. Nesse caso, a Arquidiocese entrou com recurso.

(Imagem ilustrativa)
(Imagem ilustrativa)
Foto: baona / iStock

O julgamento no TJ refere-se às acusações de pedofilia contra o padre Adriano José da Silva, de Jacaraú, no litoral norte do Estado, que faleceu em 2015, dois anos após as primeiras denúncias. Ele foi acusado de aliciar menores entre 12 e 17 anos, com os quais teria mantido relações sexuais. O Ministério Público Federal (MPF) propôs a ação por danos morais coletivos. O valor da indenização foi estipulado em R$ 300 mil. No processo, o padre negou as acusações. O desembargador José Ricardo Porto votou pela condenação e foi acompanhado pelo colega Leandro dos Santos.

A sessão foi suspensa após o desembargador Aluízio Bezerra pedir vista ao processo. Conforme a assessoria do TJ-PB, ele deve proferir seu voto quando o julgamento for retomado, na próxima terça-feira, 29. Apesar do placar favorável à condenação, os dois desembargadores ainda podem mudar seu voto, caso queiram. O procurador do MPF, Herbert Targino, assinalou que as ações denunciadas são "reprováveis e atentatórias à dignidade humana", estando em afronta às orientações do principal líder espiritual da Igreja Católica, o Papa Francisco. Segundo ele, mesmo com o falecimento do padre, a ação por danos morais coletivos prosseguiu contra a Arquidiocese.

Procurada pela reportagem, a Arquidiocese informou que só caberá manifestação depois que o julgamento for concluído, o que ainda não aconteceu.

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