O perfil oficial da Rede Globo no Twitter se retratou, na tarde deste domingo, após postar uma mensagem em que convidava os internautas a criarem uma "divertida" lápide interativa.
A ação, que faz parte da promoção da série Pé na Cova, foi mal vista pelos internautas, que criticaram a falta da sensibilidade da emissora em razão da tragédia envolvendo a morte de pelo menos 232 pessoas no incêndio de uma boate em Santa Maria (RS), na madrugada deste domingo.
“Já brincou de criar sua lápide divertida?”, dizia a mensagem com o link do aplicativo que direcionava para o site do seriado. Rapidamente, dezenas de internautas replicaram o tuíte, criticando "insensibilidade" da emissora com a tragédia ocorrida em Santa Maria. “Hoje, Globo? Hoje”, indagou um dos internautas sobre o post. “Tem vergonha não? Dia triste, e você fazendo tuiotes de #PéNaCova”, reclamou @CarolGomide02
Após as críticas, o post foi deletado do perfil, e a Globo se retratou quanto à publicação: “Claro que o tuitede #PéNaCova foi uma infeliz casualidade, pela qual nos desculpamos. Estamos solidários com as famílias de Santa Maria/RS”, dizia a mensagem.
Incêndio em casa noturna
Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada deste domingo em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo iniciou com um sinalizador lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos.