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Tsunami de Tonga teve efeitos no Rio de Janeiro, diz IBGE

Estação do órgão detectou elevação de oito centímetros no mar em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos

21 jan 2022 - 13h46
(atualizado às 15h57)
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Vista aérea de casas cobertas por cinzas em Nomuka, em Tonga
Vista aérea de casas cobertas por cinzas em Nomuka, em Tonga
Foto: Reuters

O tsunami provocado pela erupção de um vulcão subaquático em Tonga elevou em oito centímetros o nível do mar na costa brasileira. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A Estação Maregráfica do órgão em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, detectou o fenômeno. O registro ocorreu dezessete horas depois do tsunami.

A erupção em Tonga, no Oceano Pacífico, ocorreu no último dia 15. As alterações no nível do mar no litoral fluminense foram percebidas horas depois, às 18h20 pelo horário de Brasília. A elevação foi temporária.

"Houve uma discrepância significativa entre a previsão astronômica de maré e a altura do nível d'água do local", afirmou o engenheiro agrimensor Everton Gomes dos Santos, do IBGE, em nota distribuída à imprensa. "A perturbação temporária foi de 8 centímetros. Logo depois de aproximadamente um dia, os níveis começaram a voltar ao normal."

O IBGE mantém seis estações ativas na Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG) no Brasil. Ficam em Arraial do Cabo (RJ), Imbituba (SC), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belém (PA) e Santana (AP). O fenômeno não foi identificado nas cinco demais estações, apenas no litoral fluminense.

Segundo o IBGE, as informações produzidas pela Rede Maregráfica são usadas para diferentes fins. São projetos de conservação e ampliação da capacidade de portos e vias navegáveis, além de obras de infraestrutura (portos, rodovias, redes de água e esgoto) em regiões litorâneas. São utilizados também em estudos de possíveis medidas de adaptação e mitigação dos impactos da elevação global do nível do mar.

"No âmbito internacional, a rede contribui para o Programa Global de Observação do Nível do Mar e para o Programa de Alerta de Tsunami do Caribe, da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, que apresentava significativa carência de informações no Atlântico Sul", comunicou o IBGE, em nota.

A Rede Maregráfica do órgão estatístico já captou anteriormente efeitos de fenômenos semelhantes. Foi assim em 2004, quando um tsunami no Oceano Índico deixou mais de 200 mil mortos. O movimento foi detectado um dia após o incidente. O registro foi feito pela Estação Maregráfica de Macaé, no norte fluminense. Atualmente, está desativada. Os equipamentos registraram também impactos dos terremotos no Chile em 2010.

Estadão
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