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Único vereador de oposição deixa CPI dos Ônibus do Rio de Janeiro

15 ago 2013 - 11h16
(atualizado às 11h28)
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O vereador Eliomar Coelho (Psol), proponente da CPI dos Ônibus da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, deixou a comissão durante sua primeira reunião, realizada na manhã desta quinta-feira. O parlamentar discorda da permanência dos quatro vereadores aliados do prefeito Eduardo Paes (PMDB), que nem sequer haviam assinado o requerimento de instalação, e hoje pleiteavam a presidência do grupo.

Eliomar havia afirmado, em entrevista ao Terra na semana passada, que não se prestaria apenas a ser "recheio de pizza" na CPI. Ele já tinha se manifestado contrário também ao fechamento do plenário à participação popular.

A assessoria de imprensa da Câmara afirma que cidadãos cadastrados podem entrar no plenário para assistir a reunião. Porém, há um bloqueio da Polícia Militar no quarteirão lateral do Palácio Pedro Ernesto, onde fica a entrada. A barreira foi um pedido do presidente da casa, Jorge Felippe (PMDB), para "evitar danos ao patrimônio público".

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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