Veja o que se sabe sobre delegado da Polícia Federal baleado em Guarujá
Segundo o Ministério Público de São Paulo, autoridade policial estava em operação contra o tráfico de armas; entenda o caso
Um delegado da Polícia Federal (PF) foi baleado na cabeça durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na cidade do Guarujá, no litoral de São Paulo, nesta terça-feira, 15. A autoridade policial foi encaminhada ao Hospital Santo Amaro, onde segue internada sem previsão de alta.
Veja o que já se sabe sobre o ataque ao delegado.
Quem é a autoridade policial?
A vítima é o delegado Thiago Selling da Cunha, de 40 anos. Segundo o portal Metrópoles, ele atua há cerca de cinco anos no combate a crimes contra o patrimônio em São Paulo e vinha compartilhando com colegas de trabalho, recentemente, a ansiedade com o nascimento de sua primeira filha, que acontecerá neste ano.
Ainda conforme a reportagem, Thiago é natural da Bahia. Colegas o descrevem como um policial “vibrante” e bastante atuante nas operações de rua da PF e na direção do sindicato da categoria. Há cerca de 10 anos, antes de se tornar delegado, ele trabalhava como escrivão da Polícia Federal e trabalhou em Belém, no Pará, até vir para São Paulo, no ano de 2018.
Por que o delegado estava em Guarujá?
Segundo o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), o delegado realizava o cumprimento de mandados judiciais no âmbito da Operação Caeté, que tinha apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) no Guarujá. O objetivo da ação é o combate ao tráfico de armas.
Ou seja, este caso não tem relação com a Operação Escudo, em andamento desde o fim de julho em comunidades de Guarujá após a morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, atingido por um disparo de arma de fogo durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda.
Quantos suspeitos foram presos?
A PF prendeu dois suspeitos e a ocorrência foi registrada pela Superintendência da Polícia Federal em Santos.
O que foi localizado com os suspeitos?
De acordo com o MP, os dois suspeitos presos portavam uma submetralhadora, uma pistola, uma quantia em dinheiro e drogas.
Por quais crimes os investigados devem responder?
Ainda segundo o Ministério Público, os suspeitos devem responder por tentativa de homicídio, porte ilegal de armas e tráfico de drogas.
Qual o estado de saúde do delegado?
Segundo informações da TV Globo, o médico segue internado, em estado grave, no Hospital Santo Amaro (HSA), em Guarujá. Ele teve uma fratura acima do globo ocular e foi encaminhado para cirurgia.
De acordo com a emissora, os médicos precisaram fazer uma descompressão cerebral para tentar estabilizá-lo. Provavelmente, quando seu estado de saúde estiver estabilizado, o delegado será transferido para um hospital em São Paulo.
Quais órgãos de manifestaram?
O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo (SINPF/SP) divulgou uma nota de repúdio sobre o ocorrido e também cobrou apoio das autoridades na investigação do caso.
"O Sindicato dos Policiais Federais em São Paulo repudia e lamenta o ataque covarde e criminoso contra um delegado da Polícia Federal, que iniciou sua carreira como escrivão da instituição. [...] É intolerável que o crime organizado, balizado e patrocinado pelo tráfico internacional de drogas, continue ocupando espaço na Baixada Santista e tirando vidas de inocentes e de policiais, sejam civis, militares ou federais", dizem trechos da nota.
Além disso, a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) também manifestou repúdio e solidariedade ao policial federal.
“A Associação dos Delegados de Polícia do Brasil manifesta seu mais veemente repúdio ao ataque sofrido pelo Delegado da Polícia Federal, Doutor Thiago Selling Cunha. [...] Expressamos nossa solidariedade ao delegado e à sua família neste momento. Estamos em orações pela sua pronta recuperação e pela superação dos desafios que enfrentará após esse ato de violência covarde. Que haja uma pronta resposta por parte do Estado para reprimir e punir de forma exemplar esse hediondo crime”, afirma.
A Procuradoria-Geral de Justiça também se manifestou e destacou que "é inadmissível que agentes do Estado no cumprimento de seu dever sejam atacados, como ocorreu no Guarujá. Por isso, o MPSP reafirma o seu compromisso com a mais intransigente defesa da ordem jurídica, o que implica dizer que a instituição envidará todos os esforços no sentido de cooperar com as demais autoridades para levar à barra dos tribunais os autores deste crime praticado contra o agente público a fim de que sejam condenados de forma exemplar".