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Viaduto em BH caiu por falhas no projeto, diz construtora

22 jul 2014 - 18h52
(atualizado às 21h12)
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O viaduto despencou e atingiu um micro-ônibus, um carro e dois caminhões 
Foto: André Brant / Hoje em Dia / Futura Press

A construtora responsável pela obra do viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em Belo Horizonte no dia 3 de julho, afirmou nesta terça-feira que falhas no projeto executivo causaram a queda da estrutura. A Cowan se baseou em parecer técnico de especialistas contratados pela empresa.

De acordo com a construtora, a perícia foi realizada pela Enescil Engenharia e assinada pelo calculista Catão Francisco Ribeiro, considerado um dos profissionais mais importantes do país. A Cowan não informou o nome da empresa responsável pelo projeto executivo. 

O parecer conclui que a ruptura foi provocada por uma "flexão e cisalhamento" (esforços que ocorrem nas estruturas de concreto). Mas o projeto não previu uma armadura de aço suficiente para suportar esses movimentos. O laudo explica que com a ruptura do bloco, as duas estacas centrais tiveram que aguentar a totalidade do peso da estrutura. Como elas não foram projetadas para isso, o pilar afundou com o bloco e as duas estacas próximas, resultado no desabamento do ramo sul do viaduto.

Segundo o projeto, a armadura foi projetada para flexão de 50,3 cm², quando o necessário seria de 685 cm². Além disso, o projeto não considerou os esforços de cisalhamento e nem de torção. Outro apontamento foi em relação à capacidade de suporte das estacas. No projeto, ela era de 250 tonelada-força, quando deveria ser de 467 tonelada-força. Isso significa que as estacas deveriam ser mais profundas ou ter um diâmetro maior.

O viaduto Guararapes estava localizado na avenida Pedro I, uma das principais vias de acesso da capital mineira, que liga a zona norte da cidade ao Mineirão. A estrutura despencou e atingiu um micro-ônibus, um carro e dois caminhões. Duas pessoas morreram e 23 pessoas ficaram feridas no acidente.

A Cowan já informou aos órgãos competentes sobre as conclusões do parecer. Como o ramo norte, que atualmente está escorado, foi projetado igual ao ramo sul e com as mesmas falhas, a empresa recomenda o isolamento total da área. A empresa também é contrária a liberação do tráfego sob o ramo norte.

Fonte: Terra
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