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Vinhos usados em missas não podem ter ligação com trabalho escravo, dizem bispos

Por meio de nota, confederação se posicionou após vinícolas contratarem empresa que utilizava trabalho análogo à escravidão

2 mar 2023 - 13h00
(atualizado às 13h31)
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CNBB: vinhos usados nas missas não podem ter ligação com trabalho escravo
CNBB: vinhos usados nas missas não podem ter ligação com trabalho escravo
Foto: Poder360

Após a descoberta do uso de mão de obra análoga à escravidão por vinícolas do Rio Grande do Sul, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma nota em que recomenda a compra de vinhos somente de empresas que respeitem e estejam em conformidade com a legislação trabalhista. 

"No Brasil existem diversas vinícolas que oferecem vinho canônico. Desse modo, é recomendável que se busquem, para a celebração da missa, vinhos de proveniência sobre as quais não existam dúvidas a respeito dos critérios éticos na sua produção", pontuou a nota. 

De acordo com a CNBB, a Igreja tem a responsabilidade na compra do vinho canônico utilizado nas missas e não pode compactuar com "qualquer tipo de trabalho em condições que ferem o respeito pela dignidade humana".

O documento, assinado pelo secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella Amado, ocorreu depois que 207 trabalhadores foram resgatados de um alojamento na cidade de Bento Gonçalves, na Serra do Rio Grande do Sul, onde eram submetidos a "condições degradantes" durante a colheita da uva.

Entenda o caso

Conforme relatos da Polícia Rodoviária Federal, três trabalhadores procuraram os agentes policiais na Unidade Operacional da instituição no município de Caxias do Sul e informaram que tinham acabado de fugir de um alojamento em que eram mantidos contra a vontade própria.

Após a denúncia, as equipes foram até o local indicado e os auditores do ministério constataram que havia em torno de 200 homens em situação análoga à escravidão. Os trabalhadores, recrutados pela empresa Oliveira & Santana, relataram à polícia as diversas situações que passavam, tais como atrasos nos pagamentos dos salários, violência física, assédio moral, longas jornadas de trabalho e alimentos estragados.

Segundo o Estadão, os trabalhadores das vinícolas foram acolhidos pela prefeitura de Bento Gonçalves no ginásio municipal Darcy Pozza, onde recebem abrigo, local para dormir, acesso à higiene, alimentação e assistência médica.

Fonte: Redação Terra
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