Virada Cultural volta às ruas de SP com festa e registro de arrastões e furtos de celular
Grupo promoveu furtos durante show de Margareth Menezes no Palco Viaduto do Chá, no centro da capital; três suspeitos foram detidos
Após um início de programação tranquilo na Virada Cultural, um grupo promoveu uma série de arrastões durante o show da cantora Margareth Menezes no Palco Viaduto do Chá, por volta das 21 horas. Mais de 20 homens entraram em fila na multidão, pulando e furtando quem assistia ao espetáculo. O público demorou para entender o que estava ocorrendo, uma vez que os criminosos passaram muito rapidamente. A princípio, parecia apenas um grupo de jovens aproveitando o show. Três suspeitos foram detidos.
Thiago Rodrigues dos Santos, de 25 anos, havia acabado de chegar na Virada Cultural quando teve seu celular arrancado da mão enquanto filmava a apresentação da cantora. Ele relatou que apenas sentiu um empurrão e, quando percebeu, seu aparelho já havia sido furtado.
Mais tarde, por volta das 22h30, arrastões voltaram a tomar conta da Virada no centro, provocando correria entre o público. A situação chegou ao ponto de membros da equipe responsável pelo bar do evento levantarem garrafas de vidro vazias para se defender. Os portões de controle de entrada à pista de shows foram fechados por um breve período. O Estadão registrou o momento da confusão; assista a seguir.
A Guarda Civil Metropolitana (GCM) se encontra dispersa e distante do público dos palcos, nas laterais, o que dificultou a reação. Após o ocorrido, a Polícia Militar prendeu três suspeitos de envolvimento no arrastão. Os jovens foram reconhecidos por duas testemunhas como participantes do grupo.
Segundo a PM, eles seriam levados à 77ª Delegacia de Polícia. "Por enquanto, só tivemos notícia de um arrastão", informou o Sargento Serafim, responsável pelo setor de imprensa da corporação.
Revista policial e cautela com celulares
Por volta das 17h30, o público começou a se reunir aos poucos e sem maiores aglomerações em frente ao palco do Viaduto do Chá para esperar o show de abertura, reservado ao cantor Vitor Kley.
Brigas foram registradas durante o show do funkeiro Kevinho, no palco do Viaduto do Chá, no centro da cidade.
Vendedores ofereciam pochetes para celular, "antifurto", segundo eles, por R$ 25. Muitas pessoas caminhavam segurando bolsas em frente ao corpo. Havia uma certa tensão, com gente se entreolhando e procurando usar pouco seus aparelhos de telefone.
Uma medida inédita foi a revista policial em todas as vias de acesso ao Vale. Um sargento da GCM, que preferiu não se identificar, falou reservadamente com a reportagem do Estadão. Ele explicou que a revista era para evitar que as pessoas entrassem armadas e com garrafas de vidro. Por causa das barreiras, vendedores ambulantes também não conseguiam acessar as proximidades do palco.
Ainda segundo o sargento, ladrões de celular estavam infiltrados entre a plateia e poderiam agir a qualquer momento. Ele pediu ao repórter que avisasse às pessoas para só usarem seus aparelhos perto dos carros de polícia. "Na última Virada, apreendemos um rapaz com 23 aparelhos roubados." A Guarda Civil Metropolitana tinha 50 homens no local, que trabalhavam em conjunto com a Polícia Militar.
A apresentadora da noite, a poeta e MC Mel Duarte, subiu ao palco às 18h15 para anunciar Vitor Kley. Ela usou a linguagem inclusiva, dizendo "boa noite a todes" e perguntando "será que vocês estão preparades?". Disse que a prefeitura abria com a Virada o calendário cultural da pós-pandemia e pediu para as pessoas usarem máscaras nos ônibus. Ali mesmo, ninguém usava.