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Vítimas de motoristas são dopadas com éter e clorofórmio, alerta toxicologista

Algumas substâncias podem chegar à corrente sanguínea rapidamente e provocar a perda de sentido em poucos segundos

18 mai 2022 - 05h00
(atualizado às 11h04)
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Toxicologista faz alerta para riscos de substâncias usadas para dopar mulheres e orienta uso de máscara específica
Toxicologista faz alerta para riscos de substâncias usadas para dopar mulheres e orienta uso de máscara específica
Foto: Paul Hanaoka/ Unsplash / Tecnoblog

Têm sido cada vez mais comuns os relatos de mulheres que afirmam terem sido dopadas durante corridas por aplicativo. Vítimas de diferentes regiões do Brasil sentem efeitos semelhantes: tontura, cabeça pesada, visão turva. 

A farmacêutica toxicologista Paula Carpes explica que isso ocorre devido ao contato da substância com as vias respiratórias. Algumas podem chegar à corrente sanguínea rapidamente e provocar a perda de sentido em poucos segundos. 

"Tudo depende da via de exposição, ou seja, da porta de entrada da substância no organismo humano.

Substâncias voláteis conseguem passar rapidamente pelos pulmões após inalação, chegar até a corrente sanguínea e então fazer os efeitos no corpo. Tudo isso ocorre em segundos", alerta.

Os sintomas relatados pelas vítimas, em reportagem publicada pelo Terra nesta quarta-feira, 18, indica que as substâncias usadas pelos motoristas suspeitos são os solventes voláteis. Enquadram-se nessa categoria éter, clorofórmio, cloreto de etila e metanol. 

Nenhum deles passaria despercebido, inclusive, devido ao odor forte e desagradável. O clorofórmio, por exemplo, tem um odor adocicado, mas ainda assim é desagradável e irrita as mucosas nasais.

"Apesar de serem controlados, a venda pela internet facilitou. Muitos vendedores camuflam a venda para não mostrar do que se trata, mas têm o seu público certo. Parte desses solventes é a composição do antigo e conhecido lança-perfume, também facilmente vendido", afirma. 

Segundo Paula, essas substâncias causam depressão do sistema nervoso central, levando à sedação e interferindo na oxigenação sanguínea. A ação é tão rápida que os efeitos são percebidos quase que imediatamente. 

"O motorista poderia pedir para a vítima inalar algo em um pano ou nas mãos, ou espalhar no ambiente. E para se proteger ele precisaria estar usando máscara", alerta. 

Como se proteger

A toxicologista observa que as máscaras de proteção, principalmente a N95, impedem - ou pelo menos dificultam - a inalação da substância. Outra alternativa é pernamencer com a janela do carro aberta, para facilitar a circulação do ar.

Paula acrescenta ainda que as mulheres não borrifem nada nas mãos, nem mesmo bebam água ou aceitem balas oferecidas dentro do carro. Paula também recomenda o uso da ferramenta de compartilhamento da localização em tempo real com a família ou amigos.

"Caso ainda a passageira esteja em real situação de perigo, os aplicativos de corrida possuem botão de emergência que, ao serem acionados, direcionam o chamado para a Polícia Militar", acrescenta.

Fonte: Redação Terra
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