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Ciro defende margem de lucro de 3% para Petrobras em combustíveis e prevê medidas "duras e amargas"

18 jun 2018 - 13h41
(atualizado às 14h26)
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O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, defendeu nesta segunda-feira que 3 por cento é uma margem de lucro "razoável" para a Petrobras nos combustíveis e disse que medidas "duras e amargas" serão necessárias para tirar o que classificou de situação "pré-falimentar" do Brasil.

O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, participa de evento em São Paulo
18/06/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, participa de evento em São Paulo 18/06/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

"Na prática, o que eu faria? Substituir o preço especulativo estrangeiro, que hoje está em 80 dólares, por um preço nacional por um preço nacional razoável, que é o que todo mundo faz. Isso quer dizer, na prática, que o litro da gasolina estaria entre 2,80 e 3 reais comigo", disse o presidenciável a jornalistas após dar palestra em evento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em São Paulo.

"Margem razoável para a Petrobras é de 3 por cento, que é o que o mundo concorrencial ganha. Não é lucro de 20 por cento, 30 por cento como o seu Pedro Parente fez agora", respondeu Ciro, quando indagado o que considerava como margem razoável para a estatal nos combustíveis.

Durante a palestra aos integrantes da Unica, Ciro voltou a defender seu lema da necessidade de reindustrializar o Brasil e disse que o país precisa de medidas "duras e amargas". Ele defendeu um combate ao gasto público pelo lado dos gastos financeiros, mas "com cuidado" e sem desrespeitar contratos.

"O que precisa ser feito no Brasil é duro e amargo", "O Brasil está em situação patrimonial pré-falimentar", avaliou.

Ciro classificou o economista Paulo Guedes, conselheiro do presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, como um "liberal tosco de Chicago" que é contra todos tipo de subsídio, ao mesmo tempo que se disse amigo de Guedes. Para o pré-candidato do PDT, "acabou o subsídio, acabou o agronegócio".

O pedetista classificou ainda o tabelamento de preços como uma "excrescência" e defendeu um projeto nacional de desenvolvimento calcado na política externa e no incentivo à indústria de defesa. A fragilidade deste setor no Brasil, avaliou o pré-candidato do PDT, faz do país um "protetorado norte-americano".

LULA

Questionado sobre sua expectativa para o julgamento da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pede a liberdade do petista, Ciro não se arriscou. "Fundo de urna e cabeça de juiz ninguém sabe o que vem."

Disse, no entanto, que torce para que Lula seja solto pois lamenta que um líder popular do calibre do ex-presidente esteja preso.

Quando repórteres perguntaram se dará indulto ao petista caso seja eleito, Ciro pediu para ser indagado novamente sobre o tema se vencer o pleito.

Lula está preso há mais de dois meses cumprindo pena pela condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do Tríplex do Guaruja (SP). O ex-presidente alega inocência e ser alvo de perseguição política.

Sobre eventuais negociações com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Ciro também desconversou, lembrando que o deputado é o pré-candidato do DEM à Presidência e que respeita essa posição.

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