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Infecção generalizada após aplicação de piercing é incomum, diz médica

Jovem de 20 anos morreu após um quadro grave de infecção no cérebro; família diz que piercing na boca provocou condição

12 jul 2022 - 19h52
(atualizado às 19h53)
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Andressa Souza morreu após uma infecção no cérebro
Andressa Souza morreu após uma infecção no cérebro
Foto: Reprodução/Facebook

A dona de casa Andressa Souza, de 20 anos, morreu após passar 24 dias internada e intubada em uma UTI do Hospital da Vida, em Dourados (MS), com uma infecção no cérebro. A família dela acredita que o quadro clínico foi causado pela inflamação de um piercing aplicado no lábio da jovem.

Segundo informado pelo Hospital da Vida ao Terra por nota, a paciente foi encaminhada à unidade de saúde no dia 15 de junho, após convulsões e com suspeita de comprometimento neurológico grave.

Após a internação, Andressa foi atendida pelas equipes de neurocirurgia e infectologia enquanto ficou intubada na UTI e precisou passar por uma cirurgia para drenagem de abcesso cerebral. Poucos dias depois, a jovem não resistiu e morreu, após um choque séptico e encefalite.

Ainda conforme o hospital, não é possível afirmar que a morte de Andressa tenha relação com a colocação do piercing, mas a família discorda e diz que sua saúde piorou após uma inflamação no novo furo, feito no lábio inferior. 

"Ela tentou tirar, mas não conseguia de tão inchado que o piercing ficou, não saía mais", disse a irmã de Andressa, Sandy Taynara Souza. A familiar garantiu também que a irmã foi bem cuidada ao longo de sua internação. "Os médicos fizeram de tudo para salvar a vida da minha irmã", declarou.

"Protejam os filhos de vocês para não usarem essas coisas, pois isso acaba com a vida de muita gente", alertou a irmã.

Cuidados com piercings

O quadro clínico de Andressa poderia ter sido causado por uma infecção generalizada após uma inflamação na perfuração no piercing, embora seja raro. A informação é da dermatologista Natacha Purchio Monteiro, que aponta que a infecção mais comum é por bactérias que já habitam o corpo humano.

"É possível que ela tenha tido uma infecção secundária na boca e não prestou atenção nos sinais e não tratou. Essa bactéria sai do local e vai para a corrente sanguínea e leva à sepse, quando contamina o corpo todo", explica. Este quadro de infecção, já generalizada, é muito grave e difícil de ser controlada.

Por isso, é preciso ficar atento aos primeiros sinais de uma inflamação no local. Os sinais aparecem com vermelhidão local e inchaço que permanecem ou pioram após três dias da aplicação. "Pelo contrário, ficam mais vermelhos, inchados e mais quentes. Pode ter dor, febre, então tem que correr para o médico".

A especialista também ressalta a importância de prestar atenção à higiene e esterilização do profissional e dos objetos antes da colocação do acessório.

"Preste atenção se o local é confiável, se tem um ambiente limpo e se o profissional vai lavar as mãos antes de começar o procedimento", alerta. "Todo o material tem que ser descartável, a agulha tem que ser aberta na sua frente".

Os cuidados também se estendem à joia que será colocada. "O ideal é que seja esterilizada para eliminar qualquer risco de infecção. O material que tem menos risco é o aço inoxidado e o titânio. São os que tem menos risco de ter o níquel, que é uma substância que podem dar alergia", explica.

Os lugares da colocação do piercing que mais precisam de atenção, pois concentram colônias de bactérias que podem infectar a ferida causada pela colocação do acessório, são a língua, septo e vagina.

Fonte: Redação Terra
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