Grupo leva "Super Moro" a Curitiba e pede prisão de Lula
Manifestantes favoráveis à operação se reuniram num dos principais pontos turísticos de Curitiba, o MON, onde montaram um pequeno comércio
Cerca de 30 apoiadores da Lava Jato se reuniram nesta quarta-feira (13) no Museu Oscar Niemeyer (MON), no Centro Cívico, em Curitiba, para pedir a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles chegaram por volta de meio-dia e ficaram até o final da tarde, depois de acabar o segundo depoimento do petista ao juiz federal Sérgio Moro no âmbito da Operação.
Apesar do número reduzido, em comparação com os militantes do PT, concentrados na Praça Generoso Marques, no centro da capital paranaense, os manifestantes também fizeram barulho, usando um carro de som e um megafone. A principal atração foi um boneco gigante de Moro, que podia ser visto de longe por quem passava pelo local. Os grupos também fixaram uma faixa com os dizeres "Lula na Cadeia", nas cores verde e amarelo.
Numa barraquinha em frente ao MON foi montado um pequeno comércio. Havia exemplares do "pixuleco", boneco do ex-presidente vestido de presidiário, vendido por R$ 20, e, do outro lado da rua, uma espécie de varal com camisetas de estampas alusivas ao magistrado, tratado como super-herói. Elas custavam R$ 40. Algumas pessoas carregavam cartazes defendendo "intervenção militar". Outras preferiam enaltecer o juiz ou criticar Lula e demais investigados na Lava Jato.
"Na semana passada houve um conjunto de provas bastante robusto de que essa cúpula está toda enrolada. Ninguém acha uma sala de dinheiro impunemente. O Joesley (Batista, um dos donos da JBS) escarniando da população, dos poderes... O que a gente quer é que ninguém realmente esteja acima da lei e que isso seja um exemplo para que ninguém mais roube no Brasil como esse pessoal está roubando", afirmou Narli Resende, do Movimento Curitiba contra a Corrupção.
Representantes do Vem pra Rua, que espalharam outdoors "recepcionando" Lula pela cidade, com a frase "Curitiba lhe espera de grades abertas", do Movimento Brasil Livre (MBL) e do Pró-Lava Jato também passaram e discursaram por ali. Os gritos se dividiam entre "Moro guerreiro do povo brasileiro” e "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".
Segundo Narli, o povo está ainda nas ruas, "magoado e doído", clamando por Justiça. O foco no PT, e em especial em Lula, seria pelo fato de ele ser o líder "mais poderoso". "Chegou-se a ele por provas. Nós, particularmente, queremos todos presos. Eu recebi todos na PF (Polícia Federal). Não temos político de estimação. Agora, o andamento da justiça não depende da gente. Depende da polícia, do Ministério Público e do próprio processo. Estamos aqui para defender o cumprimento da lei. Se vier o Aécio (Neves, do PSDB), maravilha. Se vier o Cunha (ex-presidente da Câmara, do PMDB), como veio, ótimo também. A gente quer é político corrupto preso", disse.