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Como funcionará repatriação de 3 mil brasileiros que fogem de guerra no Líbano

A BBC News Brasil apurou que os primeiros voos devem ocorrer neste fim de semana.

1 out 2024 - 21h27
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Avião em Beirute nesta terça-feira (01/10)
Avião em Beirute nesta terça-feira (01/10)
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira (01/10) que vai iniciar a repatriação de ao menos 3 mil brasileiros que estão no Líbano.

O país está sob ataques aéreos de Israel desde a semana passada. Na noite de segunda-feira (30/09, no horário do Brasil), forças isralenses confirmaram o início de uma ofensiva por terra.

Os ataques de Israel têm como alvo o grupo armado Hezbollah, muito influente no Líbano e apoiado pelo Irã.

O Itamaraty informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que fossem feitos voos de repatriação de brasileiros no Líbano. A operação é coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa e terá os detalhes divulgados nos próximos dias.

Desde a última semana, a embaixada brasileira em Beirute, capital do Líbano, disponibilizou um formulário para consultar se havia brasileiros interessados em serem repatriados.

Cerca de 3 mil pessoas já preencheram o documento, mas a previsão é que este número cresça, pois o formulário continua aberto para novas solicitações.

O governo estima que 21 mil brasileiros morem no país — formando a maior comunidade brasileira no Oriente Médio.

A BBC News Brasil apurou que os primeiros voos devem ocorrer neste fim de semana. Até lá, o país vai alinhar a operação logística com o governo libanês para que o retorno dos brasileiros seja feito em segurança.

Equipes de resgate na capital libanesa, Beirute, nessa terça-feira (01/10)
Equipes de resgate na capital libanesa, Beirute, nessa terça-feira (01/10)
Foto: Reuters / BBC News Brasil

A orientação do Itamaraty é que os brasileiros que tenham interesse em voltar para o país de origem e tenham recursos próprios para isso usem voos comerciais, pois os aeroportos libaneses continuam funcionando normalmente.

A repatriação respeitará uma lista de prioridades, segundo fontes do Itamaraty.

Serão repatriados primeiro as crianças, idosos, gestantes e pessoas que necessitam tratamentos de saúde mais delicados.

Em 2006, cerca de 3 mil brasileiros foram repatriados do Líbano durante um confronto entre Israel e o Hezbollah.

Segundo os respectivos governos, provavelmente o Brasil abriga a maior comunidade de nascidos e descendentes de libaneses fora do país no Oriente Médio.

Estima-se que, entre 1880 e 1969, 140 mil árabes atravessaram o oceano para tentar uma vida melhor por aqui, a maioria deles libaneses e sírios.

A delimitação e independência da Síria e do Líbano só veio na década de 1940, o que gera algumas incertezas sobre a origem precisa de muitos destes imigrantes em anos anteriores.

Essa imigração deixou marcas no Brasil em instituições de renome, como o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo (SP), e em nomes da política brasileira que são descendentes de libaneses, como o ex-presidente Michel Temer; o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad; e o atual candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos.

Tensão no Líbano

A tensão entre Israel e Hezbollah já havia aumentado desde os ataques do grupo palestino Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.

Mas a situação piorou a partir de 17 de setembro desse ano, quando ocorreram explosões de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah no Líbano, matando mais de 30 pessoas e deixando mais de 2 mil feridos. Israel foi acusado pela ação, mas não negou nem confirmou a autoria.

Poucos dias depois, o sul do Líbano passou a ser fortemente bombardeado por Israel.

Autoridades libanesas dizem que mais de mil pessoas foram mortas nas últimas duas semanas em meio aos ataques de Israel, e até 1 milhão de pessoas precisaram deixar suas casas.

Em meio à ofensiva, Israel matou o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27/09).

Nesta terça-feira (01), o Irã lançou dezenas de mísseis contra Israel. Não há relatos de vítimas ou áreas urbanas atingidas, mas a ação marca a escalada na tensão no Oriente Médio.

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