Corpo do menino morto no Alemão é levado para o Piauí
Enterro está previsto para às 17h na cidade de Corrente, a 900 km de Teresina
O corpo do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto em meio a uma troca de tiros no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, será transladado hoje (4), de avião, para a cidade de origem da família no Piauí. Os pais e duas irmãs de Eduardo vão acompanhar o trajeto até a cidade de Corrente, no interior do estado. A família embarcou nesta manhã em voo comercial.
A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do estado arcará com todos os custos da viagem, do translado e do sepultamento do corpo do menino.
Eduardo foi atingido por um disparo na última quinta-feira (2), na porta de casa. A suspeita é que o tiro tenha sido disparado por policiais militares. A Divisão de Homicídios investiga o caso e todos os agentes que participaram da operação no dia da morte do menino foram afastados.
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“Estamos cercando-os [a família] dos cuidados necessários e fazendo o que está ao nosso alcance para minimizar essa dor. Vamos acompanhá-los com o que for preciso, e essa ajuda não será só agora. Temos que dar uma resposta correta a essa família", disse, em nota do governo do estado, a secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, Teresa Cosentino.
A pasta também ofereceu apoio psicológico à família. A mãe do garoto, a diarista Terezinha Maria de Jeusus, que afirma ter testemunhado o assassinato do filho, ficou abalada ontem (3), no protesto em favor da paz e de justiça para as vítimas de tiroteios no Complexo do Alemão. "Eles estão matando inocentes. Essa polícia assassina tirou a vida do meu filho", desabafou Terezinha.
Eduardo foi a sexta vítima de bala perdida no conjunto de favelas, desde a última quarta-feira (1), quando mãe e filha também foram atingidas dentro de casa. A jovem Maynara Moura, de 16 anos, atingida no braço, recebeu atendimento médico e é a única sobrevivente.
Desde o início deste ano, confrontos são rotina no Alemão, que reúne 15 comunidades com 70 mil pessoas. Especialistas em segurança pública e moradores pedem recuo da polícia.