Corpo que pode ser de camponês morto durante ditadura é exumado no DF
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) coordena nesta terça-feira, a partir das 9h, no Cemitério Campo da Esperança, o trabalho de peritos da Polícia Federal e da Polícia Civil do Distrito Federal que exumarão os restos mortais que podem ser do líder camponês maranhense Epaminondas Gomes de Oliveira. Ele foi membro do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT), organização derivada da Ação Popular, e morreu aos 68 anos, sob custódia do Exército, em 20 de agosto de 1971.
Na semana passada, a equipe se reuniu no local da exumação para identificar onde estava a possível ossada de Epaminondas. Para o trabalho, foi usado o equipamento Ground Penetrating Radar (GPR), que detecta a existência de restos humanos sob a terra. O trabalho é feito em parceria com a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
A Comissão Nacional da Verdade constatou, após ouvir o depoimento da viúva de Epaminondas, Avelina Cunha da Rocha, que o verdadeiro local de sepultamento do líder camponês não coincidia com o apresentado no documento oficial apresentado à família. De acordo com a CNV, o neto do líder camponês, Epaminondas de Oliveira Neto, autorizou o procedimento e acompanhará a exumação ao lado do irmão Cromwell de Oliveira Filho. Ambos colherão material para exame de DNA. Além dos netos, a viuvá também deve acompanhar o procedimento.
Segundo a comissão, a causa da morte de Epaminondas é apontada nos registros militares como crise hepática aguda, o que normalmente aparece em laudos de morte de presos políticos vítimas de tortura e até mesmo de execução.