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Correios alegam falta de recurso para atender às propostas dos grevistas

12 set 2013 - 14h46
(atualizado às 17h17)
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Sindicato contabiliza que greve atinge 70% da área de distribuição, triagem e transporte dos Correios
Sindicato contabiliza que greve atinge 70% da área de distribuição, triagem e transporte dos Correios
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou que está operando com normalidade, apesar da greve decretada na quarta-feira pela categoria em pelo menos cinco Estados - Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro Tocantins e Rio Grande do Sul. De acordo com a empresa, seis dos 35 sindicatos da categoria aderiram ao movimento. Balanço divulgado no início da tarde desta quinta-feira pela ECT, diz que 93,3% do efetivo dos Correios está presente e trabalhando — o que corresponde a 116.165 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. 

Já a Federação Interestadual dos Sindicatos da ECT (Findect), que representa uma parte da categoria, alega que há adesão também em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, totalizando 11 sindicatos em oito Estados. A entidade contabiliza que a greve atinge 70% da área de distribuição, triagem e transporte. 

Segundo os Correios, não há condições de atender às reivindicações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), entidade que agrega 29 dos 35 sindicatos que representam trabalhadores da estatal. A empresa argumenta que elas causariam impacto de R$ 31,4 bilhões sobre a folha, equivalente a "mais que o dobro da previsão de receita para 2013". Ainda de acordo com a estatal, 75% das receitas de vendas são destinados ao pagamento de salários, benefícios e encargos.

Em nota, os Correios também informaram que, para manter a continuidade dos serviços de entrega de cartas e encomendas, já adotou medidas como deslocamento de funcionários, pagamento de horas extras, contratação temporária de servidores e mutirões para entregas nos fins de semana.

A categoria liderada pela Fentect reivindica 47,8% sendo 7,13% de inflação, 15% de aumento real e 20% para repor as perdas do período do plano real. Os trabalhadores também pedem, entre outras reivindicações, aumento linear de R$ 200, contratação de 110 mil funcionários em todo o País; manutenção do Correios Saúde (Plano de saúde da categoria), entrega pela manhã, manutenção da ECT como empresa pública e o fim das terceirizações.

Já os sindicatos representados pela Findect querem reajuste de 10% do piso salarial da categoria, 6% de aumento real e 7,13% de reposição da inflação do período. Defendem ainda manutenção do convênio médico, a elevação dos benefícios e a contratação de mais funcionários. A direção dos Correios negocia em separado com as duas entidades. 

Propostas concretas

O diretor da Fentect, James Magalhães disse "estranhar" as estimativas apresentadas pelos Correios. Ele criticou também a falta de "propostas concretas" em resposta às 93 cláusulas que integram a pauta de reivindicações.

No Rio de Janeiro, cerca de 300 funcionários dos Correios fizeram uma assembleia, no Centro de Distribuição de Encomendas, em Benfica, zona norte da capital fluminense, para discutir as reivindicações
No Rio de Janeiro, cerca de 300 funcionários dos Correios fizeram uma assembleia, no Centro de Distribuição de Encomendas, em Benfica, zona norte da capital fluminense, para discutir as reivindicações
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Os Correios acenaram com reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios, o que, incluindo a progressão anual, ultrapassaria os índices de inflação do período. "Essa proposta feita pela empresa não será aceita", garantiu o diretor.

De acordo com a Fentect, a empresa teve em 2012 lucro superior a R$ 1 bilhão. "Segundo documentos repassados pela própria empresa, há R$ 7 bilhões em caixa. O que não queremos é que a empresa atue como tem atuado, no mercado financeiro, ou que avance na intenção de comprar a estatal de correios portuguesa, em vez de investir em trabalhadores e maquinário aqui no Brasil', disse Magalhães.

Outro ponto que tem gerado preocupação aos trabalhadores é o sucateamento do Correios Saúde, plano que atualmente é administrado pelos Recursos Humanos da empresa. "Desde 2009, eles vêm sucateando o plano. Fecharam vários ambulatórios dentro dos Correios. Agora querem repassá-lo à iniciativa privada, sob o nome de Postal Saúde, prejudicando também esse direito dos trabalhadores", completou.

Funcionários fazem assembleia no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, cerca de 300 funcionários dos Correios fizeram uma assembleia, no Centro de Distribuição de Encomendas, em Benfica, zona norte da capital fluminense, para discutir as reivindicações. 

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares do Estado do Rio de Janeiro Ronaldo Leite informou que não está descartado o fechamento da sede de Benfica nesta quinta-feira. “Nós decretamos a greve na assembleia de ontem e hoje é o primeiro dia. Nós vamos fazer uma avaliação ao longo do dia, mas a princípio podemos dizer que 50% da base operacional estão paralisados”, disse o diretor.

Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Terra
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