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CPI vai usar recesso para analisar documentos, diz Aziz

16 jul 2021 - 12h47
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O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta sexta-feira que, apesar do recesso do Congresso, a CPI continuará trabalhando neste mês na análise de documentos recebidos pela comissão.

06/07/2021
REUTERS/Adriano Machado
06/07/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"A CPI não vai parar. Não tem reuniões, mas hoje mesmo temos reunião com Renan (Calheiros, relator) e Randolfe (Rodrigues, vice-presidente da CPI) para montar um cronograma de trabalho. Vamos pedir ajuda de um delegado e agentes da PF para analisar documentos recebidos", disse.

Em entrevista ao canal GloboNews, Aziz afirmou que a volta dos trabalhos presenciais, em agosto, deve incluir uma acareação entre servidores do Ministério da Saúde e funcionários da empresa Precisa, que intermediou a compra das vacinas indianas Covaxin em um contrato cheio de suspeitas.

Outro ponto que a CPI precisa atuar nos próximos 90 dias, afirmou Aziz, é para esclarecer a suspeita de prevaricação do presidente Jair Bolsonaro, que teria sido informado da suspeita de corrupção na compra da Covaxin mas não teria atuado.

"Temos aí um vasto caminho a percorrer na investigação", disse.

Aziz respondeu às cobranças do líder do governo, Ricardo Barros, para ser ouvido pela CPI. Em seu depoimento, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que, na conversa com Bolsonaro, o presidente o "esquema" que envolvia a Covaxin teria relação com Barros.

"O deputado Ricardo Barros pode passar 50 horas falando na CPI e não vai convencer ninguém. Quem tem que desfazer isso é o presidente, que até agora não fez", disse Aziz, lembrando que, ao contrário, Bolsonaro já admitiu que recebeu as denúncias de Miranda e de seu irmão, o servidor do ministério Luis Ricardo Miranda, e repassou ao então ministro Eduardo Pazuello, e não negou ter falado de Barros.

"Por que a PF não investigou, a CGU não investigou. Quem não deve não teme. Não fez. Sabe por quê? Por que Luiz Miranda está falando a verdade."

Aziz disse ainda que o ministro da Defesa, Braga Netto, poderá sim ser investigado pela CPI, caso haja elementos que indiquem essa necessidade. O senador foi alvo de uma nota em tom de ameaça do ministro e dos comandantes das Forças Armadas por ter dito que membros das forças estariam envolvidos nos casos de corrupção na Saúde.

O relator da CPI, Renan Calheiros, defende a convocação do ministro à Comissão. Braga Netto era ministro da Casa Civil até abril deste ano e coordenador do comitê de resposta à pandemia.

"Se Braga Netto tiver que ser investigado será investigado sim. Espero não encontrar nada contra ele", disse Aziz.

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