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'Criminoso' ou 'presidente dos sonhos': as reações do mundo político ao vídeo da reunião do governo Bolsonaro

As manifestações sobre a gravação de reunião ministerial se dividem entre os que consideram que imagens comprovam acusação de Moro e os avaliam conteúdo como inofensivo e até mesmo benéfico para o presidente.

22 mai 2020 - 20h20
(atualizado às 20h23)
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Vídeo da reunião ministerial foi divulgado pelo STF nesta sexta-feira
Vídeo da reunião ministerial foi divulgado pelo STF nesta sexta-feira
Foto: Palácio do Planalto / BBC News Brasil

As reações do meio político ao vídeo da reunião ministerial divulgado pelo Supremo Tribunal Federal se dividiram entre aqueles que consideram que as imagens comprovam a acusação feita pelo ex-ministro Sergio Moro de que Jair Bolsonaro (sem partido) queria interferir na Polícia Federal (PF) e os que avaliaram o conteúdo como inofensivo e até mesmo benéfico para o presidente.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) disse que as falas reveladas no vídeo da reunião geram uma "imensa desmoralização e perda de legitimidade" do governo Bolsonaro.

Por sua vez, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que estava presente na reunião, afirmou que o vídeo mostra que o presidente está preocupado em "servir ao povo brasileiro".

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a reunião demonstra um "descaso pela democracia" por parte do governo.

A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) afirmou que a postura e falas dos presidente no encontro são para "proteger o povo dos ditadores e tiranos".

Citado nominalmente por Bolsonaro na reunião, Fernando Haddad (PT), que foi adversário do presidente na última eleição, disse que "não há dúvida" sobre a intenção dele ao afirmar que queria fazer trocas na "segurança".

O escritor Olavo de Carvalho afirmou que o vídeo mostra que "Bolsonaro é o presidente dos nossos sonhos".

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que pretende processar os participantes da reunião por suas falas no encontro e classificou o vídeo como "absurdo".

Por sua vez, o assessor especial da Presidência Filipe Martins celebrou a divulgação do vídeo ao dizer que "a verdade prevalece".

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou que o vídeo "é a confissão dos crimes de Bolsonaro e de todo o seu governo".

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicou um trecho do Hino Nacional e afirmou que a vontade do povo é "soberana".

A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, criticou a forma como o presidente se expressou na reunião.

A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse ter "orgulho" de uma fala do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Já o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) chamou o ministro da Educação de "golpista".

Até a publicação desta reportagem, Weintraub não havia se pronunciado sobre a divulgação do vídeo.

Outro ministro que também não havia se manifestado, mas foi alvo de muitas críticas por suas falas no vídeo foi Ricardo Salles (Novo-SP), do Meio Ambiente.

A deputada federal Fernanda Melchionna, líder do PSOL na Câmara, disse que Salles foi "criminoso".

O senador Humberto Costa afirmou que a manifestação do ministro "chega a ser" doentia.

A ex-candidata à vice-presidência da República Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) destacou que o único assunto que não foi tratado no vídeo da reunião foi a pandemia do coronavírus.

Por sua vez, a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) afirmou que o vídeo não é prejudicial para Bolsonaro como se pensava e que pode inclusive beneficiá-lo.

Foi uma avaliação semelhante a de analistas políticos. O filósofo Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo, disse que o vídeo é "ambivalente".

A antropóloga Rosana Pinheiro-Machado avalia que o vídeo fortalece o presidente junto à sua base.

Moro afirmou que a "verdade foi dita, exposta em vídeo" e comprovada com fatos posteriores".

Já o presidente Jair Bolsonaro limitou-se a repetir o slogan de sua campanha.

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