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Crivella é alvo de operação que investiga suspeita de fraude na prefeitura do Rio

10 set 2020 - 09h58
(atualizado às 20h13)
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O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), e pessoas ligadas a ele e à prefeitura foram alvos de uma operação do Ministério Público do Rio e da Polícia Civil do Estado que investiga suposto esquema de corrupção na administração municipal.

Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, durante entrevista coletiva
17/06/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, durante entrevista coletiva 17/06/2020 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

O prefeito considerou a ação estranha e injustificada às vésperas da eleição municipal.

Os agentes foram às ruas para cumprir 22 mandados de busca e apreensão expedidos pelo 1º Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio. Eles estiveram no apartamento de Crivella na Barra, no Palácio da Cidade (residência oficial do prefeito), sede administrativa entre outros endereços. O celular do prefeito foi apreendido para averiguação.

"A operação decorre de inquérito policial instaurado para investigar possível organização criminosa e esquema de corrupção no âmbito da administração municipal carioca, sendo desdobramento da primeira fase da Operação Hades, executada em 10 de março deste ano", disse o MP em nota nesta quinta-feira.

Entre os alvos estariam um tesoureiro que trabalhou em campanhas eleitorais para Crivella, o ex-senador Eduardo Lopes, que entrou na vaga de Crivella quando ele elegeu-se prefeito e um empresário.

O prefeito disse ter considerado a operação da polícia e do MP "estranha" e "injustificada". Ele afirmou que já tinha colocado seus sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição das autoridades.

"Meu advogado, o dr. Alberto Sampaio, esteve com o sub-procurador do Ministério Público Estadual, o dr. Ricardo Martins, colocando à disposição os meus sigilos bancário, telefônico e fiscal por conta de denúncias publicadas na imprensa. Portanto, foi estranha a operação realizada hoje na minha casa, considerando ainda que estamos em período eleitoral", disse o prefeito.

"A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado. Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação", acrescentou.

Na primeira etapa da investigação, a polícia e o MP apontaram suspeitas de irregularidades na Riotur, empresa de turismo da cidade, com a suposta cobrança de vantagens indevidas a agentes públicos.

"As diligências estão sendo cumpridas em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários na capital, nos bairros da Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Tijuca, Flamengo, e em Itaipava e Nilópolis", informou o MP na manhã desta quinta.

Na semana passada , polícia e Ministério Público abriram inquéritos para apurar o uso de funcionários da cidade para intimidar pacientes e atrapalhar jornalistas na porta dos hospitais municipais. O caso ficou conhecido como "Guardiões do Crivella". Uma CPI foi aberta na Câmara de Vereadores para apurar o caso.

Crivella é candidato a reeleição na disputa municipal deste ano e diz ter apoio da família do presidente Jair Bolsonaro. Os dois estiveram juntos em um evento militar na cidade nesta quinta.

Outro candidato para comandar a cidade, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), foi alvo de um mandado de busca e apreensão nesta semana.

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