A cubana Ramona Rodríguez, que deixou o Programa Mais Médicos, foi contratada nesta terça-feira pela Associação Médica Brasileira (AMB). De acordo com a entidade, ela vai exercer função administrativa e receber salário de R$ 3 mil, além de vales-transporte e refeição e plano de saúde. Ao todo, a remuneração ficará em torno de R$ 4 mil.
Ramona trabalhava pelo Mais Médicos no município paraense de Pacajá, mas deixou o programa por não concordar que os profissionais cubanos recebam US$ 400 (aproximadamente R$ 960) enquanto os demais participantes têm salário de R$ 10 mil.
"Legalmente, ela não pode exercer a medicina neste momento. Se quiser ficar no Brasil e ser médica, vamos ajudá-la no que ela precisar", informou o presidente da AMB, Florentino Cardoso. De acordo com Cardoso, a médica cubana deve ocupar um cargo administrativo até que as inscrições para o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida) sejam abertas.
Perguntado se a ampliação do valor pago aos profissionais cubanos seria uma solução, Cardoso respondeu que uma bolsa maior não resolveria a situação. "Defendemos que quem aqui vem trabalhar seja contratado de acordo com as nossas leis,", disse ele. O presidente da AMB disse acreditar que "muitos outros farão algo parecido com o que Ramona teve coragem de fazer".
Ramona começa a trabalhar na instituição amanhã, cumprindo jornada das 8h às 12h e das 14h às 18h.
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