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Curitiba tem quase "uma Londrina" de inválidos e ausências

Segundo o TRE-PR, 32,74% dos 1,2 milhão de eleitores não optaram nem por Greca nem por Leprevost

30 out 2016 - 20h35
(atualizado em 31/10/2016 às 08h19)
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Dois terços dos curitibanos, mais precisamente 827.468, não votaram no prefeito eleito, Rafael Greca (PMN)
Dois terços dos curitibanos, mais precisamente 827.468, não votaram no prefeito eleito, Rafael Greca (PMN)
Foto: Rodrigo Félix Leal / Futura Press

Curitiba registrou número recorde de votos inválidos e de ausências nas eleições municipais deste domingo (30). Conforme dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), foram 44.834 (4,35%) brancos, 117.920 (11,45%) nulos e 259.399 (20,12%) abstenções, o que corresponde a 32,74% do total de habitantes aptos a votar na cidade, que é de 1,289 milhões. Para se ter uma ideia, em 2012, quando Gustavo Fruet (PDT) derrotou Luciano Ducci (PSB), essa soma foi de 188.256 (16% dos então 1,1 milhão de eleitores).

No primeiro turno, a quantidade de votos não nominais e abstenções já tinha sido alta: 360.348 (27,95%). Desta vez, porém, a contagem chega perto do tamanho da população da segunda maior cidade do Paraná. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Londrina, no Norte do Estado, possui 553 mil moradores e 353 mil eleitores. Também significa dizer que perto de dois terços dos curitibanos, mais precisamente 827.468, não votaram no prefeito eleito, Rafael Greca (PMN), escolhido por 461.736 pessoas.

Além de uma insatisfação com a política de forma geral e com os candidatos em específico, outros dois fatores podem explicar o baixo índice de comparecimento: a proximidade com o feriado de finados, na próxima quarta-feira (2), e a alteração nos locais de votação, promovida em virtude do movimento de ocupação de escolas.

De fora da segunda etapa de disputa, o atual prefeito assinou um decreto transferindo a folga do Dia do Servidor de sexta-feira (28) para a segunda-feira (31). Fruet também decidiu suspender o expediente no Executivo municipal no dia 1º de novembro. Com isso, os 35 mil funcionários públicos da capital paranaense tiveram direito a cinco dias de descanso no fim de semana. Muitos aproveitaram para viajar e acabaram perdendo a votação.

Por conta da chamada "Primavera Secundarista", a Justiça Eleitoral também trocou 205 lugares que recebiam eleitores em Curitiba, Maringá e Ponta Grossa, as três cidades do Estado onde houve segundo turno. Todas as escolas da rede estadual, ocupadas ou não, foram substituídas por instituições privadas, municipais, igrejas e outros estabelecimentos. Ao todo, 700.315 pessoas foram afetadas pela medida.

Para o presidente do TRE-PR, Luiz Fernando Tomasi Keppen, porém, o que mais contribuiu para a ausência foi mesmo o feriadão. "E, tradicionalmente, acontece um aumento do percentual de abstenções", justificou, em coletiva de imprensa. Segundo ele, o órgão disponibilizou agentes nos colégios estaduais onde ocorreram mudanças, para informar os eleitores sobre os novos locais. "Tudo transcorreu da melhor maneira possível, de forma ordeira e organizada", disse.

Fonte: Especial para Terra
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