Três dias depois da segunda onda de manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), realizada no próximo domingo (12), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) sairá às ruas de diversas capitais brasileiras para protestar contra o que chama de "ofensiva conservadora". Marcados para quarta-feira (15), os atos contarão com a presença de pelo menos outros 20 movimentos, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Coletivo Juntos e o Fora do Eixo / Mídia Ninja.
De acordo com manifesto oficial lançado na internet, os protestos terão três pautas principais: a defesa dos direitos sociais (com enfrentamento ao PL 4330 da terceirização e ao ajuste fiscal), o combate a corrupção (com defesa do fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais) e o fim de pautas conservadoras (como a redução da maioridade penal e o "golpismo").
As outras organizações que assinam o texto são Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Intersindical - Central da classe trabalhadora, Articulação Igreja e Movimentos Sociais, Igreja Povo de Deus em Movimento (IPDM), Uneafro, Rua - Juventude anticapitalista, Coletivo Construção, Movimento de Luta nos bairros e favelas (MLB), Círculo Palmarino, Juventude Socialismo e Liberdade (JSOL), Movimento de Luta por Moradia (MLM), Partido Comunista Revolucionário (PCR), Pólo Comunista Luis Carlos Prestes, Movimento Periferia Ativa, Movimento de Mulheres Olga Benário e Rede Emancipa.
Em São Paulo, a manifestação - cujo evento no Facebook possui, até o momento, 2,6 mil pessoas confirmadas - acontecerá às 17h no Largo da Batata. Localização e horário das mobilizações em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e outras cidades ainda não foram divulgados.
Confira abaixo a íntegra do manifesto, intitulado "Contra a direita, por mais direitos"
Vivemos um momento de descontentamento social e grande polarização política no país. De um lado, uma contra-ofensiva conservadora com manifestações que tentam canalizar essa insatisfação para uma agenda de retrocesso. Elas tiveram eco no Congresso Nacional – que tornou-se um reduto do atraso político, sob o comando de Cunha e Renan Calheiros – e pautou propostas como: a redução da maioridade penal, a PL 4330 da terceirização, a lei antiterrorismo, a autonomia do BC e a PEC da Corrupção, que legaliza as doações empresariais para as eleições. A direita tenta impor a sua agenda política semeando a intolerância e o ódio, propondo políticas que incentivam o racismo, o machismo e a LGBTfobia.
Defensora do governo Dilma encara ato a favor do impeachment:
De outro lado, o governo federal faz a opção de jogar o custo da crise mundial no colo dos trabalhadores. O ajuste fiscal e as medidas propostas pelo ministro Joaquim Levy reduzem direitos dos trabalhadores, dificultam o acesso a políticas e direitos sociais, corta investimentos para educação e moradia. Associado ao aumento de tarifas, que vem sendo seguido por vários governos estaduais, só agrava a situação do mais pobres. Sem falar na crise da água em São Paulo que é de responsabilidade do governo tucano no estado. A política de ajuste fiscal do Governo Federal é indefensável e dá espaço para que as bandeiras levantadas pela direita ganhem apoio.
Entendemos que a saída da crise é pela esquerda. O ajuste deve sim ser feito, mas taxando aqueles que sempre lucraram com as crises. É preciso taxar as grandes fortunas, os lucros e os ganhos com a especulação financeira e na bolsa de valores, limitar a remessa de lucros para o exterior, reduzir drasticamente os juros básicos da economia e uma auditoria da dívida pública. O caminho para mudanças populares no país um Programa de Reformas Estruturais como a tributária, que implante a progressividade nos impostos, a urbana para atender a enorme demanda habitacional do país, a agrária que garanta trabalho e soberania e segurança alimentar para a população e a democratização dos meios de comunicação.
MTST protesta em SP contra ajuste fiscal e elitismo:
O enfrentamento da corrupção deve ser feito com a defesa clara de uma Reforma Política Democrática, com o fim do financiamento empresarial das eleições e o aprofundamento da participação popular. Neste sentido é preciso fortalecer iniciativas como o projeto da Coalização Pela Reforma Política Democrática, a Campanha por uma constituinte do sistema político e o Devolve Gilmar, que exige a retomada imediata do julgamento da ADI 4650, obstruída escandalosamente a um ano pelo Ministro Gilmar Mendes.
Por tudo isso estaremos nas ruas no próximo dia 15 de abril. É fundamental construir uma agenda política alternativa que combata as propostas da direita e que ao mesmo tempo defenda os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras contra os ajustes antipopulares propostos pelos governos estaduais e federal. Essa agenda comum deve ser a base para a unificação de todos os setores populares e da esquerda em torno de um calendário de mobilizações em defesa e ampliação dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, do povo pobre e de todos os setores oprimidos da sociedade. Deve também apoiar todas as iniciativas de luta e resistência, como a greve dos professores de São Paulo. Contra a direita, por mais direitos.
Recife - Protesto em apoio à Petrobras, em Santo Amaro, ao lado da Câmara de Vereadores de Recife
Foto: Marlon Costa / Futura Press
Recife - Manifestantes pedem pela reforma política
Foto: Marlon Costa / Futura Press
Recife - Ato foi convocado pelas centrais sindicais
Foto: Marlon Costa / Futura Press
Salvador - Grupo protesta contra ato que está programado para o próximo domingo, contra o governo Dilma
Foto: Romildo de Jesus / Futura Press
Salvador - Faixas protestam contra ações econômicas
Foto: Romildo de Jesus / Futura Press
Salvador - Faixa contra os protestos dos grupos de direita
Foto: Romildo de Jesus / Futura Press
Maceió (AL) - Protesto na capital alagoana na manhã desta sexta
Foto: Itawi Albuquerque / Futura Press
Maceió (AL) - Manifestante com camisa com o rosto de Dilma em Maceió
Foto: Itawi Albuquerque / Futura Press
São Paulo - Sindicalistas bloquearam um trecho da avenida
Foto: Marcelo Pamegianni / Futura Press
São Paulo - Protesto na avenida Paulista em São Paulo
Foto: Marcelo Pamegianni / Futura Press
Duque de Caxias (RJ) - Trabalhadores protestaram em frente à refinaria da Petrobras
Foto: Carlos Arthur / Futura Press
Duque de Caxias (RJ) - Manifestação em Duque de Caxias terminou com vidro de carro quebrado
Foto: Carlos Arthur / Futura Press
São Paulo - Manifestantes em frente ao Masp, em São Paulo
Foto: Marcelo Pamegianni / Futura Press
Goiânia (GO) - Cartazes em protesto na capital de Goiás
Foto: Geovanna Cristina / Futura Press
Goiânia (GO) - Manifestantes protestaram contra a Rede Globo em Goiânia
Foto: Geovanna Cristina / Futura Press
Rio de Janeiro - Manifestantes se concentram em frente à Cinelândia
Foto: André Naddeo / Terra
Rio de Janeiro - Integrantes do Sindipetro e do MST caminham pela Avenida Rio Branco, em manifestação em defesa da estatal
Foto: André Naddeo / Terra
São Paulo - Militantes de diversos movimentos sociais se concentram na Avenida Paulista nesta sexta-feira
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) se concentram em frente ao prédio da Petrobras
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Protesto em apoio à Petrobras começou de forma pacífica
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Militantes conversam antes do início do protesto na avenida Paulista
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Com bandeiras nas mãos, manifestantes tomaram a avenida Paulista
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Balões de ar com o nome da CUT também foram levados para o local
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Militantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do Movimento dos Sem Terra (MST) também apoiaram a ação
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Manifestantes ocuparam a avenida Paulista na tarde desta sexta-feira
Foto: Cristiano Souza / vc repórter
São Paulo - Crise hídrica de São Paulo é lembrada com humor de manifestante contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB)
Foto: Janaína Garcia / Terra
São Paulo - Militantes da CUT, MST e outros movimentos sociais concentrados na frente do prédio da Petrobras
Foto: Janaína Garcia / Terra
São Paulo - Os dois lados da Avenida Paulista são tomados pelos manifestantes
Foto: Janaína Garcia / Terra
São Paulo - Membros dos movimentos LGBT também marcaram presença no ato pró-Petrobras
Foto: Janaína Garcia / Terra
São Paulo - Em meio a balões, a placa "Em defesa da democracia! Dilma fica!" destaca-se na multidão
Foto: Janaína Garcia / Terra
São Paulo - Balões das centrais sindicais fazem parte do protesto
Foto: <p><strong>São Paulo - </strong>Balões das centrais sindicais fazem parte do protesto</p>
São Paulo - Balões das centrais sindicais fazem parte do protesto
Foto: Janaina Garcia / Terra
São Paulo - Balões das centrais sindicais fazem parte do protesto
Foto: Janaina Garcia / Terra
Rio de Janeiro - Cartaz ridiculariza pedido de impeachment da presidente Dilma
Foto: Janaina Garcia / Terra
João Pessoa - Grupo realiza manifestação de apoio à presidente Dilma Rousseff na capital paraibana
Foto: Maria do Socorro Ramalho / vc repórter
São Paulo - Diferente dos demais, manifestantes se concentram em frente ao prédio da Petrobrás, na avenida Paulista, região central da cidade, para pedir o impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Daniel Figueiredo Ometo / vc repórter
Rio de Janeiro - Manifestantes protestam na Cinelândia, no centro da cidade
Foto: Rodrigo Silva / vc repórter
Rio de Janeiro - Deputado estadual Carlos Minc (PT) discursa durante protesto na Cinelândia, no centro da capital fluminense
Foto: Ronaldo Cabral Tavares / vc repórter
Florianópolis - Representantes da CUT e de outras entidades protestam na rua Padre Miguelinho, no centro da capital catarinense, em frente à Catedral Metropolitana
Foto: Jean Volpato / vc repórter
Rio de Janeiro - João Pedro Stédile (à direita), presidente do MST, comparece ao protesto
Foto: Andre Naddeo / Terra
Rio de Janeiro - Militantes do PT em meio a fumaça vermelha no protesto no Rio
Foto: Andre Naddeo / Terra
Brasília (DF) - Manifestante levou seu cachorro em manifestação pró-Dilma
Foto: Débora Melo / Terra
Brasília (DF) - Organizado pela CUT, manifestação entrou na Rodoviária de Brasília
Foto: Débora Melo / Terra
Brasília (DF) - Organizado pela CUT, manifestação entrou na Rodoviária de Brasília
Foto: Fernando Diniz / Terra
Brasília (DF) - Manifestante segura cartaz contra golpe
Foto: Eraldo Peres / AP
Brasília (DF) - Manifestantes seguram bandeiras de apoio ao governo
Foto: Eraldo Peres / AP
Rio de Janeiro - Manifestante defende governo durante protesto
Foto: Leo Correa / AP
Brasília (DF) - Manifestante mostra adesivo em apoio à presidente do país
Foto: Eraldo Peres / AP
Rio de Janeiro - Trabalhadores participam de manifestação em defesa do presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e da Petrobras, em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
Foto: Ricardo Moraes / Reuters
Rio de Janeiro - Protestos no Rio tomara conta de região onde fica a sede da estatal
Foto: Ricardo Moraes / Reuters
São Paulo - Manifestantes carregam bandeira brasileira durante protestos desta sexta
Foto: Nacho Doce / Reuters
São Paulo - Integrantes da CUT protestam na rua da Consolação, na região central da capital paulista
Foto: Daniel de Matos Silva / vc repórter
São Paulo - Manifestante exibe adesivo em defesa da Petrobras em protesto na capital paulista; atos tomaram ruas de 24 estados e no Distrito Federal, reunindo milhares de pessoas, segundo a PM