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Datafolha: Bolsonaro lidera com 28%, e Haddad vai a 16%

Candidato petista aparece tecnicamente empatado com Ciro Gomes (PDT), que está com 13%; Alckmin permaneceu com 9%, e Marina caiu para 7%

20 set 2018 - 02h24
(atualizado às 07h33)
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Fernando Haddad e Ciro Gomes aparecem tecnicamente empatados na disputa pelo segundo lugar, e Marina Silva continua em queda. Ciro derrotaria todos os principais candidatos no segundo turno.Nova pesquisa Datafolha divulgada no início da madrugada desta quinta-feira (20/09) aponta que o capitão reformado Jair Bolsonaro (PSL) continua na liderança da corrida presidencial. Afastado há duas semanas da campanha após ter sido alvo de um ataque a faca, Bolsonaro aparece com 28% das intenções de voto - dois pontos percentuais a mais do que em relação à última pesquisa, divulgada no dia 14 de setembro. Bolsonaro também segue como o candidato com a maior taxa de rejeição: 43% dos eleitores afirmam que não votariam nele.

Jair Bolsonaro durante evento de campanha em São Paulo, no início de setembro
Jair Bolsonaro durante evento de campanha em São Paulo, no início de setembro
Foto: DW / Deutsche Welle

O instituto também apontou que a briga pelo segundo lugar continua. Fernando Haddad, que foi indicado como candidato do PT após o ex-presidente Lula ter sido barrado, registrou 16%. O número está abaixo do indicado na pesquisa Ibope divulgada na terça-feira, que apontou o petista com 19% das intenções de voto. Em relação ao último Datafolha, o crescimento de Haddad foi de três pontos percentuais - o maior entre todos os candidatos.

Já Ciro Gomes (PDT) permaneceu com 13% no Datafolha, mesmo índice da última pesquisa. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o instituto aponta que Haddad ainda não se descolou de Ciro, e os dois permanecem tecnicamente empatados na disputa pelo segundo lugar. Desde o dia 20 de agosto, Haddad saltou 12 pontos percentuais no Datafolha. No entanto, havia expectativa de que os números desta quinta-feira mostrariam o petista totalmente isolado no segundo lugar, confirmando os resultado do Ibope.

O petista ainda viu sua taxa de rejeição crescer conforme seu nome passou a ser apresentado ao eleitorado. Em agosto, 21% dos eleitores afirmaram que não votariam nele. O percentual agora é de 29%. Já Ciro tem a menor taxa entre os candidatos mais bem posicionados: 22%.

Logo atrás de Haddad e Ciro está o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) com 9% das intenções de voto. Alckmin, que tem o maior tempo de TV entre todos os candidatos - 43% de todo o espaço diário reservado para propaganda eleitoral - tem mostrado dificuldades em ampliar seu espaço nas pesquisas. No último Datafolha, ele também apareceu com 9%. O ex-governador ainda tem 24% de rejeição.

Na imagem, seis candidatos à Presidência da República: Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Haddad (PT), Marina Silva (REDE), Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB)
Na imagem, seis candidatos à Presidência da República: Jair Bolsonaro (PSL), Geraldo Alckmin (PSDB), Fernando Haddad (PT), Marina Silva (REDE), Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB)
Foto: Nacho Doce/ Paulo Whitaker/ Leonardo Benassatto/ Adriano Machado / Reuters

Marina Silva (Rede), que aparecia em segundo lugar no Datafolha de 20 de agosto - com 16% - vem mantendo tendência de queda. Ela já perdeu mais da metade dos seus eleitores. Após um mês de campanha, tem apenas 7% da intenções de voto - variou negativamente um ponto em relação à pesquisa da semana passada, quando apareceu com 8%. A ex-ministra também segue com a segunda maior rejeição entre os candidatos. A pesquisa apontou que 32% do eleitorado não votariam nela.

Com esse resultado, a candidata da Rede já começa a aparecer tecnicamente empatada com candidatos como Alvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Novo), que têm 3% das intenções de voto cada. O ex-ministro Henrique Meirelles (MDB) tem 2%. Guilherme Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU) registraram 1% cada. O restante dos candidatos não pontuou.

Já o percentual de votos nulos ou em branco caiu para 12%, ante os 13% da pesquisa anterior. Além disso, 5% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder ao levantamento.

Cenários de segundo turno

Apesar de ser líder isolado no primeiro turno, Bolsonaro continua a enfrentar dificuldades em uma eventual segunda rodada. O ex-capitão é derrotado ou aparece tecnicamente empatado com Haddad, Ciro, Marina e Alckmin nos cenários pesquisados pelo Datafolha.

Ciro Gomes é o candidato que seria capaz de abrir a maior vantagem em relação a Bolsonaro. Em uma disputa isolada com o candidato do PSL, Ciro venceria por 45% a 39%. Os números devem reforçar a linha adotada pela campanha de Ciro, que argumenta que apenas ele é capaz de derrotar Bolsonaro com segurança. Neste cenário, os votos nulos e brancos alcançam 14%, e 2% dos eleitores não responderam. Ciro também venceria com ampla margem em disputas com Haddad (42% x 31%), Marina (45% x 31%) e Alckmin (41% x 34%).

Em uma disputa entre Bolsonaro e Haddad, o Datafolha aponta empate. Ambos aparecem com 41%. Já o número de votos em branco e nulos chegaria a 22%, e 2% não responderam. Na disputa com Marina Silva, Bolsonaro aparece com 42% das intenções de voto, contra 41% da deputada da Rede.

Bolsonaro conseguiu ainda diminuir a diferença no cenário que inclui uma disputa com Alckmin. Nele, o tucano teria 40% dos votos, contra 39% do ex-capitão. Portanto, os dois estão tecnicamente empatados. No último levantamento, Alckmin tinha 41% contra 37% de Bolsonaro. O tucano, por sua vez, também aparece empatado tecnicamente no limite da margem de erro com Haddad em uma disputa isolada, alcançando 39% contra 35% do petista.

Eleitores convictos

A pesquisa também mostrou que eleitores de Bolsonaro e Haddad são os mais convictos. Entre o eleitorado do ex-capitão, 76% afirmam que não pretendem mudar de voto. Entre os entrevistados que apontaram Haddad como sua opção, 75% disseram que não vão considerar outro candidato. Já entre o eleitorado de Marina, Ciro e Alckmin, os percentuais são mais baixos. Apenas 43% dos eleitores de Ciro afirmaram que estão convictos com sua opção. Entre Alckmin o percentual é de 42% e de Marina, 30%.

Entre todos os entrevistados, 40% dizem que podem mudar seu voto. Entre eles, 15% indicam Ciro como segunda opção, 13% apontaram Marina, 12% escolheram Haddad e Alckmin e 11% indicaram Bolsonaro.

O Datafolha ouviu 8.601 eleitores em 323 municípios entre os dias 18 e 19 de setembro.

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