Ao noticiar o impeachment de Dilma Rousseff, jornais estrangeiros trataram do impacto da remoção para o PT e das crises que serão herdada pelo novo presidente, Michel Temer. Já governantes esquerdistas simpáticos às administrações petistas rejeitaram a decisão do Senado e anunciaram represálias ao Brasil.
O diário americano Wall Street Journal diz que a saída de Dilma marca "um fim humilhante para a primeira presidente mulher do Brasil, e fecha 13 anos de comando de seu esquerdista Partido dos Trabalhadores".
O jornal diz que o resultado da votação no Senado "era amplamente esperado, mas apenas parcialmente por causa das evidências legais" contra Dilma.
O governo petista, segundo o Wall Street Journal, "enfrentava uma recessão brutal e um escândalo de corrupção massivo na petroleira estatal que quebrou sua base política e devastou seu apoio popular".
O jornal diz que, "longe de encerrar" a crise política brasileira, a saída de Dilma "deixa os novos líderes do país enrolados com uma economia em frangalhos e um eleitorado dividido e raivoso".
O espanhol El País diz que a decisão do Senado põe fim "à mudança de governo mais traumática e esquizofrênica das últimas décadas".
Veja momento em que Senado aprova o afastamento de Dilma:
"Rousseff decidiu aguentar até o final e enfrentar todas e cada uma das fases, ainda que as previsões prenunciassem seu fracasso desde o princípio", diz o jornal.
Segundo o El País, a resistência de Dilma "era mais simbólica que prática", destinada a deixar claro "que não aceitava nem aceitaria jamais o veredicto" e que achava seu julgamento injusto e antidemocrático.
Para o britânico Financial Times, a "remoção da ex-guerrilheira marxista por manipular o orçamento" joga seu sucessor "nos holofotes num momento em que o país está sofrendo o que deve ser sua pior recessão em mais de um século".
O jornal diz que o PT era "creditado pela redistribuição de riquezas aos pobres numa das sociedades mais desiguais do mundo", "mas suas políticas crescentemente intervencionistas ajudaram a criar uma crise de confiança entre investidores".
Segundo o The New York Times, Dilma foi deposta por acusações de manipular orçamento num esforço para resolver os problemas econômicos do Brasil, mas o processo "foi muito mais que um julgamento sobre culpa em relação a qualquer acusação".
"Foi um veredito sobre sua liderança e o destino errante do maior país da América Latina", diz o jornal.
O diário afirma que o impeachment encerra os 13 anos de governo do PT, "uma era em que a economia do Brasil cresceu, levando milhões à classe média e elevando a imagem do país no palco global". O diário afirma, porém, que escândalos de corrupção, a pior crise econômica das últimas décadas e a frágil reação do governo à piora do humor da população deixaram Dilma vulnerável aos rivais.
Senadores celebram e tiram fotos com seus celulares do placar no momento em que a votação pela cassação de Dilma Rousseff teve resultado anunciad
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Placar do Senado Federal exibe como cada senador votou no processo de impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, anuncia o resultado da votação no Senado Federal a favor da cassação de Dilma Rousseff da Presidência da República
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Os juristas Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, autores da peça de denúncia que motivou o processo de impeachment de Dilma Rousseff, observam a votação no Senado Federal
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Painel do Senado Federal exibe o texto do primeiro item da votação, relativo à aprovação ou não do afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez um discurso inflamado a favor do impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, discursa na sessão do processo de impeachment
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi ao plenário do Senado Federal discursar em defesa de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Por decisão do Senado Federal, Dilma Rousseff foi afastada definitivamente da Presidência da República na tarde desta quarta-feira (31) no último capítulo do julgamento de impeachment
Foto: Getty Images
Bar na região da avenida Paulista
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Grupo comemora na avenida Paulista, em São Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: EFE
Grupo comemora na avenida Paulista, em São Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: EFE
Pedestre cruza a avenida Paulista, em São Paulo, com a bandeira do Brasil no momento em que o Senado Federal votava o impeachment de Dilma Rousseff
Foto: EFE
Grupo comemora na avenida Paulista, em São Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Senadores e convidados ouvem os questionamentos feitos à presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment no Senado Federal
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff ao lado de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e seu advogado no processo de impeachment
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff responde, do plenário, aos questionamentos de senadores
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) faz uma pergunta à presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Pedro França/Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff discursa no Senado Federal em sua defesa no processo de impeachment
Foto: EFE
A presidente afastada Dilma Rousseff caminha para o plenário do Senado Federal para discursar em sua defesa no processo de impeachment
Foto: EFE
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que também preside o processo de impeachment no Senado Federal, recebe a presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: EFE
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha à sessão do Senado Federal de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment
Foto: EFE
O cantor Chico Buarque, que vem demonstrando apoio à presidente afastada Dilma Rousseff, assiste à sessão do Senado Federal do processo de impeachment
Foto: Agência Senado
Os senadores Eduardo Amorim (PSC-SE), Fernando Collor (PTC-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG) conversam antes da sessão do Senado Federal do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff caminha em direção ao Senado Federal para realizar sua defesa no processo de impeachment
Foto: Agência Senado
Senado Federal fica lotado para acompanhar a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachmento
Foto: EFE
Grupos anti-impeachment ocupam área na frente do Senado Federal
Foto: EFE
Grupos anti-impeachment ocupam área na frente do Senado Federal
Foto: EFE
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi adversário de Dilma Rousseff na última eleição presidencial, dá entrevista antes da sessão do Senado Federal do processo de impeachment
Foto: Agência Senado
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Convocação de embaixadores
Antes da votação no Senado, o presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou no Twitter que "se prosperar o golpe parlamentar contra governo democrático" de Dilma, convocaria o embaixador boliviano no Brasil. "Defendamos a democracia e a paz".
Na linguagem diplomática, convocar um embaixador é uma demonstração de censura a um governo.
Após a decisão do Senado, o presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou que faria o mesmo.
Segundo o equatoriano, a destituição da brasileira é uma "apologia ao abuso e à traição". Ele expressou "toda nossa solidariedade com a companheira Dilma, com Lula e com todo o povo brasileiro".
O governo dos EUA adotou um tom mais neutro em relação ao tema.
Em nota, o porta-voz do Departamento de Estado (Chancelaria) dos EUA, John Kirby, diz que o governo americano soube que o "Senado brasileiro, em conformidade com as regras constituicionais do Brasil, votou para remover" Dilma da Presidência.
"Estamos confiantes de que continuaremos a forte relação bilateral que existe entre nossos dois países."
"Como as duas maiores democracias e economias do hemisfério, Brasil e Estados Unidos são partidos comprometidos", diz a nota.
"Os Estados Unidos cooperam com o Brasil para resolver questões de interesse mútuo e os mais urgentes desafios globais do século 21. Planejamos continuar essa colaboração essencial", afirma o texto.
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