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Delator do Mensalão, Roberto Jefferson pega 7 anos e 14 dias de prisão

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O ex-deputado Roberto Jefferson, que em 2005 denunciou o esquema do mensalão durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado nesta quarta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a sete anos e 14 dias de prisão, além de multa de R$ 720,8 mil, que será corrigida pela inflação desde 2003.

Jefferson, de 59 anos e atualmente em tratamento contra um câncer, era presidente do PTB e foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O STF inicialmente impôs uma pena maior, que passava de dez anos de prisão, mas chegou à sentença final após aplicar um benefício reservado aos réus que colaboram com a justiça, o de "colaboração voluntária". Como a pena é inferior a oito anos, o político deve cumprir pena em regime semiaberto, podendo deixar o presídio para trabalhar.

Embora as razões de suas denúncias nunca tenham sido muito claras, a corte considerou que, com suas revelações, o político trabalhista "acabou prestando um grande serviço à pátria", segundo palavras do ministro Marco Aurélio Mello.

Em meados de 2005, Jefferson deu todas as pistas necessárias para que o Congresso, a polícia e a Justiça revelassem uma vasta trama de corrupção organizada por políticos do PT e da qual ele mesmo participou.

Jefferson reconheceu na época que tinha recebido do PT R$ 4 milhões em troca do apoio parlamentar do PTB ao governo Lula. No entanto, afirmou que o PT tinha lhe prometido cinco vezes mais dinheiro e que jamais havia cumprido.

A versão de Jefferson foi sempre negada pelo PT, que ainda hoje sustenta que as denúncias seguiram outras nas quais o deputado trabalhista aparecia envolvido em turvas negociações nos Correios.

Jefferson foi também quem classificou como mentor do esquema de corrupção o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, que era na época o mais influente colaborador de Lula e foi condenado pelo Supremo a dez anos e dez meses de prisão. Além disso, o político trabalhista cunhou, para se referir ao caso, o termo "mensalão". EFE

ed/id

(foto)

EFE   
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