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Derrubada de árvores para construção de túnel e ampliação de aterro em São Paulo gera protestos e vai parar na Justiça

10 jan 2025 - 12h08
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Projetos da prefeitura de São Paulo que preveem a derrubada de milhares de árvores para a construção de um túnel e para ampliação de um aterro sanitário têm gerado protestos e foram parar na Justiça, com críticos dessas obras conseguindo no Judiciário a suspensão dos empreendimentos.

Em São Mateus, bairro periférico da zona leste de São Paulo, o projeto de ampliação de um aterro sanitário prevê a derrubada de 10 mil árvores, sendo quase 1 mil delas originais da Mata Atlântica.

No entanto, vereadores de oposição conseguiram uma liminar no mês passado que suspende a licença ambiental concedida pela Secretaria de Verde e Meio Ambiente da cidade que permitia a derrubada das árvores.

O projeto também provocou um protesto de moradores da região, que afirmam que a ampliação do aterro -- que a prefeitura classifica como um "ecoparque" -- gerará impactos para a população do entorno. Críticos dizem que o local terá um incinerador de lixo, mas a gestão municipal chama de "unidade de recuperação energética".

"A gente não quer uma chaminé que vai soltar vários gases poluentes... As enchentes, quando enche na região perto do aterro, é um caos", disse Denny Gomes, poeta e bacharel em Direito de 31 anos e um dos líderes do movimento contrário à obra.

Em nota, a prefeitura disse que os ecoparques são centrais de tratamento modernas que reduzem a quantidade de material destinado a aterros. Disse ainda que recorrerá contra a liminar e que a decisão "desconsiderou a exigência de plantio compensatório de quase 20 mil árvores de reflorestamento".

ÁRVORES POR TÚNEL

Em outro episódio em que a derrubada de árvores provocou protestos, pessoas se amarraram a árvores em novembro para impedir que fossem cortadas na avenida Sena Madureira, zona sul da capital paulista. Os manifestantes foram retirados do local pelas forças de segurança.

A prefeitura busca derrubar a vegetação para a construção de um túnel que ligará a Sena Madureira à avenida Ricardo Jafet, que liga a capital à Rodovia dos Imigrantes, principal via de acesso para o litoral paulista e o Porto de Santos. O projeto prevê ainda a remoção de famílias que moram em comunidades na região.

As obras do túnel e a derrubada das árvores foram suspensas por decisão da Justiça a pedido do Ministério Público.

"Eu pulei lá dentro (do canteiro de obras), iam derrubar a árvore comigo, eu me amarrei nela para que parassem a obra... A gente conseguiu parar (a obra)", disse no dia do protesto Marco Martins, de 33 anos, que é porta-voz do partido Rede Sustentabilidade na capital paulista.

Nunes, por sua vez, afirma que o túnel melhorará o trânsito, que os moradores que serão retirados das comunidades atingidas receberão moradias adequadas e, para compensar a derrubada de 172 árvores, serão plantadas 266.

"Nós vamos recorrer, vamos derrubar essa decisão liminar, porque está tudo certo, vamos dar continuidade a essa obra e eu vou inaugurar essa obra", afirmou em vídeo em sua conta no Instagram.

Maior cidade da América Latina com mais de 11 milhões de habitantes, São Paulo tem no trânsito um de seus problemas crônicos. Também sofre frequentemente com enchentes, principalmente nos bairros periféricos, muitos afetados ainda pela baixa quantidade de áreas verdes.

(Edição de Pedro Fonseca)

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