'Desmatamento é questão cultural', diz Bolsonaro
Presidente alegou que não há meio de conter degradação florestal
O presidente Jair Bolsonaro disse hoje (20) que o desmatamento no Brasil não acabará porque é uma questão "cultural". "Você não vai acabar com o desmatamento nem com as queimadas. É cultural", afirmou Bolsonaro, ao deixar nesta quarta-feira o Palácio da Alvorada, em Brasília, e ser questionado se adotaria medidas para reduzir o desflorestamento no Brasil. Dados do Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes) apontam que, entre agosto de 2018 e julho de 2019, o Brasil bateu o recorde de destruição na floresta amazônica nesta década. Foram desmatados 9.762 km², o que representa um aumento de 29,5% com o ano anterior.
Defendendo a postura do seu governo, Bolsonaro também citou a taxa de desmatamento registrada na época em que Marina Silva era ministra do Meio Ambiente, de janeiro de 2003 a maio de 2008. Naquele período, foram registrados dois recordes de desmatamento na Amazônia: em 2004, foram desmatados 27.772 km² de floresta e, em 2003, foram 25.396 km².
Em resposta aos índices, Marina Silva em 2003 criou um grupo com 11 ministérios para planejar ações contra o desmatamento e prometeu divulgar os dados seis meses antes do previsto para planejar as ações de combate. As informações estão no site do Ministério do Meio Ambiente e foram publicadas em julho de 2003.
Em 2004, também foi lançado o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), onde está inserido o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) - sistema de alertas que ajuda o Ibama a fiscalizar áreas com sinais de degradação -.