DF: Greenpeace faz protesto contra a prisão de ativistas na Rússia
Ato foi em frente à embaixada russa em Brasília
Voluntários e ativistas brasileiros abriram faixas em frente à embaixada russa em Brasília nesta sexta-feira pedindo a libertação da tripulação do navio Arctic Sunrise. Entre os detidos está a bióloga gaúcha Ana Paula Maciel, 31 anos. Participantes do ato carregaram fotos da brasileira, presa por participar de um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico. A embaixada se recusou a receber uma carta dos ativistas.
O ato de solidariedade ocorreu também em outros países. Ao todo, 30 ativistas estão sob custódia das autoridades russas. Na Rússia, vários veículos de imprensa, em sua versão online, publicaram telas pretas no lugar das fotos, em apoio ao fotógrafo Denis Sinyakov, que também foi preso após o protesto. Em nota, a organização Repórteres sem Fronteiras repudiou a prisão do fotojornalista, classificando a medida como uma "inaceitável violação ao direito à informação".
Em decisão preliminar da Justiça russa, tomada nesta quinta-feira, o fotógrafo Sinyakiv e outros 21 ativistas continuam presos pelos próximos dois meses, até a conclusão das investigações sobre pirataria. Os demais, incluindo a brasileira Ana Paula, ficarão sob custódia por mais três dias, até nova audiência, já que não havia intérpretes disponíveis em suas línguas maternas.
"Os 30 ativistas não cometeram nenhuma atitude que justifique a prisão deles por dois meses – ou por dois minutos que fossem. Eles não oferecem qualquer risco à sociedade", afirmou Fabiana Alves, coordenadora da campanha de Clima e Energia do Greenpeace no Brasil. "Há 40 anos, realizamos protestos como esse, e sempre temos como princípio a não violência", completou.
Mais de 500 mil pessoas ao redor do mundo já enviaram cartas às embaixadas russas de diversos países desde que o navio Arctic Sunrise e sua tripulação foram detidos uma semana atrás. O Greenpeace Internacional insiste que as possíveis acusações de pirataria são injustificáveis e que as autoridades russas subiram ilegalmente a bordo do navio Arctic Sunrise quando ele se encontrava em águas internacionais.