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"Melhor vacina contra zika é combate de cada um", diz Dilma

27 jan 2016 - 08h28
(atualizado às 09h13)
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Governo anunciou força-tarefa contra Aedes; país teve maior epidemia de dengue da história no ano passado
Governo anunciou força-tarefa contra Aedes; país teve maior epidemia de dengue da história no ano passado
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

A presidente Dilma Rousseff disse na terça-feira, em Quito, no Equador, que o Brasil vai começar um "verdadeiro combate" ao vírus da zika e que "a melhor vacina é o combate de cada um de nós".

"Agora, no Brasil, vamos iniciar um verdadeiro combate ao vírus da zika", disse a presidente.

"Se ainda hoje nós não temos uma vacina, temos certeza de que iremos ter, mas vai levar um tempo. A melhor vacina contra o vírus da zika é o combate de cada um de nós, do governo, mas também da sociedade, eliminando todos os focos nos quais o mosquito vive e se reproduz."

O zika vírus, que está associado ao aumento de casos de microcefalia no país, é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue.

O Brasil teve, no ano passado, um número recorde de casos de dengue. Foram mais de 1,6 milhão de casos e 863 mortes.

O mosquito já foi erradicado no Brasil, mas voltou a circular há pelo menos 30 anos - a primeira grande epidemia de dengue deste período foi em 1986.

Já o vírus da zika foi identificado no país pela primeira vez em 2015 e gera preocupação por estar associado a microcefalia em fetos. Até o momento, foram notificados 3.893 casos no país.

O governo anunciou nesta semana uma força-tarefa com 220 mil homens das Forças Armadas para visitar domicílios em todo o país e entregar panfletos.

"A fêmea, por exemplo, põe 400 ovos. Quanto mais água, mais esse mosquito se reproduz, e nós não podemos deixá-lo nascer. Então vai ser um combate casa a casa, em que o governo vai colocar extremo empenho", disse Dilma.

A ação visa conscientizar a população para que evite acúmulo de água limpa e parada, onde o mosquito se reproduz. Especialistas ligam, porém, o avanço do Aedes ao processo de urbanização do país com deficiências de fornecimento de água e sistema de esgoto.

A seca que atingiu alguns Estados do país, principalmente São Paulo, também levou a população a acumular água, o que pode ter favorecido os criadouros.

Segundo Dilma, que está no Equador para encontro da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe), o vírus preocupa toda a região.

"Nós dessa região do mundo, todos estamos preocupados com o zika vírus. O presidente Rafael Correa (do Equador), o presidente da Colômbia, todos estamos", afirmou.

No Equador, Dilma disse que toda a região está preocupada com zika
No Equador, Dilma disse que toda a região está preocupada com zika
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

EUA

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, também manifestou preocupação com o vírus nesta terça-feira.

Ele pediu que fossem desenvolvidos testes, vacinas e tratamentos contra a doença rapidamente.

Ainda não houve transmissão da doença no país, mas diversas pessoas que haviam viajado para a América do Sul foram diagnosticadas com o vírus nos EUA.

Na segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde lançou um informe dizendo que a doença deve ser espalhar por todo o continente e só não atingirá os países em que não há presença do Aedes aegypti - Chile e Canadá.

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