Dilma diz que não há acusações concretas contra o governo
Para a presidente, denúncia de ex-diretor da Petrobras "não lança suspeita nenhuma"
A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou, neste domingo, que não há acusações concretas contra membros de seu governo nas denúncias divulgadas pela imprensa sobre um suposto caso de corrupção envolvendo Petrobras, empreiteiras e políticos.
"(A denúncia) não lança suspeita nenhuma sobre o governo, na medida em que ninguém do governo foi oficialmente acusado", disse em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada após um ato de campanha.
A revista Veja divulgou na sua última edição detalhes do depoimento de delação premiada prestado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Polícia Federal. Segundo a revista, ele acusou o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, o ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral e o candidato à presidência do PSB, Eduardo Campos, morto em um acidente de avião, de envolvimento no esquema.
Além disso, outros políticos da base do governo e do próprio PT participariam da fraude. De acordo com a Folha de S.Paulo, várias construtoras parceiras da Petrobras pagavam 3% do valor de seus contratos para um fundo que financiava um esquema de pagamento de propina para a base política.
O interrogatório de Paulo Roberto Costa está sendo realizado desde a semana passada em sigilo nas dependências da Polícia Federal em Curitiba.
"E eu acredito que ninguém tem acesso a esses dados. Eu não posso tomar nenhuma providência enquanto não tiver todos os dados oficialmente entregues e não acredito que os dados da reportagem sejam oficiais. Ao ter os dados, tomarei todas as providências cabíveis, todas as medidas, inclusive, se tiver de tomar medidas mais fortes", afirmou Dilma.
"O governo tem tido, em relação a esta questão, uma posição extremamente clara. Aliás, foram órgãos do governo que levaram a essa investigação, foi a PF, não caiu do céu", completou.
O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, qualificou o vazamento de "rumores" e disse que os adversários políticos de Dilma estão desesperados para mudar o rumo da campanha.