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Lava Jato

Dilma diz que oposição quer aniquilar Lula politicamente

23 jan 2018 - 15h47
(atualizado às 16h15)
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Ex-presidente Dilma Rousseff participa de evento em Porto Alegre 23/01/2018 REUTERS/Diego Vara
Ex-presidente Dilma Rousseff participa de evento em Porto Alegre 23/01/2018 REUTERS/Diego Vara
Foto: Reuters

A ex-presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que a oposição quer "aniquilar" politicamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para impedi-lo de vencer as próximas eleições, em um discurso que conseguiu reunir cerca de 15 mil pessoas em frente à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Dilma chamou de "covardia" a ideia de que o PT precisa trabalhar com um plano B para as eleições deste ano, no caso de Lula não poder ser candidato.

"Nós achamos que Lula é inocente e por isso não temos plano B. Ter plano B quando se trata de um inocente é covardia", afirmou.

Na véspera do julgamento do ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF-4), Porto Alegre se movimenta com partidários vindos de vários lugares do País. Segundo a organização dos movimentos sociais de apoio à Lula, cerca de 10 mil pessoas já estão acampadas no anfiteatro Por do Sol, um local às margens do rio Guaíba, a cerca de um quilômetro do TRF-4.

Lula é esperado no início da noite para um ato na Esquina Democrática, zona central de Porto Alegre. O presidente chegará à cidade e irá imediatamente para o local, onde falará em um carro de som. Em seguida, volta para São Paulo, de onde acompanhará o julgamento.

Pela manhã, em um evento organizado pelas mulheres dos movimentos sociais e partidos que apoiam Lula, Dilma foi a atração principal.

"Quando Lula mostra potencial eleitoral, ele passa a ter que ser aniquilado", disse Dilma. "Estamos aqui mais uma vez para fazer a resistência democrática."

O ato marcado pelas mulheres deveria acontecer dentro do auditório da Assembleia. No entanto, faltou luz no local. De acordo com informações da Companhia Estadual de Energia Elétrica, houve problemas na rede especial que atende a Assembleia, o Tribunal de Justiça e o Palácio Piratini, do governo do Estado. Logo depois de o ato ser transferido para a área externa, a energia voltou.

Segundo a organização, cerca de 15 mil pessoas se concentraram na praça da Matriz, vindos de vários Estados brasileiros. Durante o dia, mais ônibus são esperados em Porto Alegre. Segundo a organização, ainda esta manhã estavam saindo ônibus do interior do Estado e de São Paulo.

"Viemos em paz, queremos que ele seja julgado, mas não seja condenado, porque ele não é o que estão falando", disse à TV Reuters o catarinense Valdomiro Neves.

Em conversa com a Reuters, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, reafirmou que o único resultado aceitável do julgamento seria a absolvição de Lula. Ela salientou, no entanto, que os movimentos não vieram a Porto Alegre para pressionar a Justiça, mas sim para reafirmar sua luta por um Brasil diferente.

"A luta de Lula se confunde com a luta do povo brasileiro. As pessoas estão dizendo que não querem esse País. E essa é uma oportunidade dessa manifestação ficar mais forte", disse Gleisi. "Queriam tornar Lula politicamente irrelevante, mas o tiro saiu pela culatra."

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