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Dinossauros gigantes sul-americanos podem ter cruzado continentes, diz estudo

21 out 2016 - 06h29
(atualizado às 07h52)
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Savannasaurus: um novo espécime de dinossauro
Savannasaurus: um novo espécime de dinossauro
Foto: TRAVIS TISCHLER/MUSEU ERA DOS DINOSSAUROS / BBC News Brasil

Alguns dos gigantes da família dos dinossauros podem ter se originado na América do Sul, cruzado a Antártida e chegado até a Austrália 100 milhões de anos atrás.

Os dinossauros podem ter tido a oportunidade de fazer a jornada quando uma onda breve de calor permitiu a passagem por ligações de terra entre os continentes.

Dois fósseis descobertos na Austrália trouxeram mais evidências para reforçar essa teoria.

As duas espécies são saurópodes - um grupo de grandes dinossauros herbívoros com pescoços longos e cabeças pequenas -, mais tarde classificados como titanossauros, que estão entre os maiores dinossauros a habitar o planeta.

O coordenador da pesquisa, Stephen Poropat, do Museu Australiano Era dos Dinossauros, disse que os espécimes aumentam o conhecimento de como era a região do continente australiano entre 95 e 98 milhões de anos atrás.

"Assim temos uma ideia melhor da fauna como um todo", disse.

"O resultado é que podemos começar a juntar as peças de como o clima afetou esses dinossauros, como as posições dos continentes os afetaram e como eles se desenvolveram ao longo do tempo".

Árvore geneológica

Um dos fósseis dos dinossauros foi encontrado na cidade de Winton, na região centro-oeste de Queensland.

Ele foi chamado Savannasaurus elliottorum em referência aos Elliott, a família que encontrou a pilha de fósseis em sua propriedade quando cuidava de ovelhas.

Poropat entre as vértebras do dinossauro gigante
Poropat entre as vértebras do dinossauro gigante
Foto: JUDY ELLIOTT/MUSEU ERA DOS DINOSSAUROS / BBC News Brasil

O esqueleto do dinossauro estava encrustado em uma rocha e levou dez anos para ser remontado.

Os pesquisadores também descobriram ossos de outra espécie de saurópode, o Diamantinasaurus matildae.

"Este novo espécime de Diamantinasaurus ajudou a preencher diversas lacunas nos nossos conhecimentos da anatomia desse dinossauro", disse Poropat.

"A caixa craniana em particular nos permitiu refinar a posição do Diamantinasaurus na árvore genealógica dos saurópodes."

Jornada polar

Os dois espécimes ajudaram a mostrar que os titanossauros viviam em todo o planeta há 100 milhões de anos.

Isso foi possível devido à disposição dos continentes e ao clima da época.

O professor Paul Upchurch, da University College de Londres, disse que a Austrália e a América do Sul se conectavam com a Antártida durante a maior parte do período Cretáceo.

Quando o Savannasaurus ainda existia, há 95 milhões de anos, a temperatura global era ligeiramente mais alta que a de hoje, mas mais frio nos polos.

"Suspeitamos que o ancestral do Savannasaurus era da América do Sul, mas não entrou na Austrália até aproximadamente 105 milhões de anos", disse.

"Naquele período, a temperatura global aumentou, permitindo aos saurópodes atravessar massas de terra em latitude polares."

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