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Doadores pressionam políticos para evitar CPIs no Congresso

6 abr 2014 - 08h46
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Deputados e senadores governistas e da oposição estão sendo pressionados por empreiteiras e outros grandes doadores de campanhas eleitorais a desistir da criação de duas Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso que irão investigar os negócios da Petrobras e o cartel acusado de fraudar licitações de trens em São Paulo. Segundo seis parlamentares que transitam no meio empresarial e um assessor presidencial ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo, os interlocutores das empresas afirmam que uma CPI pode reduzir o "ânimo" dos empresários para financiar candidaturas na campanha eleitoral deste ano.

Há duas semanas começaram os primeiros contatos, depois que a oposição conseguiu as assinaturas para criação de uma CPI para investigar a Petrobras no Senado. Doadores foram estimulados pelo próprio governo a entrar em campo para convencer senadores a retirar suas assinaturas do primeiro pedido de criação da CPI, apresentado pelo PSDB, sem sucesso. Interlocutores das empresas pediram "bom senso" aos congressistas, lembrando que sempre há o risco de uma CPI sair de controle.

Muitas companhias temem o que pode acontecer se o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em Curitiba após operação da Polícia Federal contra lavagem de dinheiro, contar o que sabe ou se suas planilhas vierem à tona durante uma CPI. Esse congressista sustenta também que uma investigação contra as principais doadoras de campanha num ano eleitoral comprometerá o financiamento dos candidatos.

Congressistas lembram ainda que, nos casos da Petrobras e do cartel de trens paulista, as investigações poderiam atingir clientes da estatal e empresas que participaram da construção de metrôs em outros Estados. Representantes das empresas também entraram em contato com assessores presidenciais para pedir ao Planalto que desista de partir para a guerra contra as CPIs.

Fonte: Terra
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