Duque "esvaziou" contas na Suíça depois da Lava Jato
"Pelo fato de ele estar sendo investigado por recebimento de propinas, a transação foi considerada suspeita e sua prisão preventiva solicitada", explicou o procurador
A nova prisão do ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque deveu-se a informações repassadas ao Ministério Público Federal brasileiro por autoridades estrangeiras, a respeito de transações bancárias suspeitas no segundo semestre do ano passado, depois da deflagração da Operação Lava Jato.
“Recebemos, na semana passada, informações de autoridades do principado de Mônaco que Duque teria transferido mais de R$ 5 milhões de suas contas na Suíça para contas no principado. Diante do contexto da Operação Lava Jato, pelo fato de ele estar sendo investigado por recebimento de propinas, a transação foi considerada suspeita e sua prisão preventiva solicitada e decretada pela garantia da ordem pública”, disse o procurador Robersons Pozzobon.
O delegado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula explicou que foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, contra Duque, o operador Adir Assad e Lucélio Rogério Goes, filho de Mário Góes, que já está preso, em Curitiba, e dois mandados de prisão temporária, contra Dario Teixeira Alves Junior e Sônia Marisa Branco, que trabalhavam para Assad.
“Havia mais um mandado de prisão temporária (contra Sueli Maria Branco), mas recebemos a informação que já faleceu”, explica. Ele contou que as equipes ainda estão terminando as buscas, porque foi determinada a apreensão de bens de valor com os investigados. Um grande número de obra de artes foi encontrado e está sendo apreendido, só na casa de Duque, foram apreendidas 131 obras de arte", informou Pozzobon.
O procurador explicou também que todas as pessoas que foram presas hoje estavam relacionadas com subnúcleos de operadores estrangeiros, fizeram depósito nas mesmas contas no exterior, mantinham relações em comum e participavam mediante contratos ideologicamente falsos nas obras da Repar, em Araucária-PR e da Replan, em Paulínea-SP. “Esta fase tem relação com pagamento de propina tanto para a diretoria de Abastecimento, quanto para a diretoria de Serviços da Petrobras. Nas obras da Repar, aqui no Paraná, por exemplo, foram identificados pagamentos de propinas pelo consórcio Mendes Júnior, MPE e Setal de R$ 70 milhões para a diretoria de Serviços e R$ 20 milhões para a de Abastecimento”, contou. “E foi neste contexto criminoso que se identificou Adir Assad como operador financeiro, a exemplo da atividade desempenhada por outros operadores em outros núcleos da estatal”, contou.
Os cinco presos estão sendo transferidos para Curitiba e serão denunciados ainda hoje na 13º Vara Federal do Paraná.