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Em cúpula dos Brics, Bolsonaro muda o tom e elogia parceria com China em vacinas contra Covid

9 set 2021 - 14h24
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O presidente Jair Bolsonaro aproveitou discurso na abertura da Cúpula dos Brics, nesta quinta-feira, para elogiar a parceria com a China no combate à pandemia de Covid-19, reconhecendo que a maior parte das vacinas usadas pelo Brasil tem insumos produzidos no país asiático.

Presidente Jair Bolsonaro em Cúpula dos Brics
17/11/2020
Marcos Correa/Divulgação via REUTERS
Presidente Jair Bolsonaro em Cúpula dos Brics 17/11/2020 Marcos Correa/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

"Esta parceria se tem mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil, tendo em vista que parcela expressiva das vacinas oferecidas à população brasileira é produzida com insumos originários da China", disse Bolsonaro durante o encontro realizado de forma virtual.

Envasada no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a vacina da AstraZeneca, a mais usada no país, é feita com insumos chineses, apesar de ter sido desenvolvida no Reino Unido em parceria com a Universidade de Oxford.

Já a segunda vacina mais usada no Brasil é a chinesa CoronaVac, envasada no Brasil pelo Instituto Butantan por meio de um acordo com o laboratório chinês Sinovac.

A fala de Bolsonaro no encontro dos Brics é diferente do tom adotado por ele ao longo da pandemia, em que críticas à China foram uma constante tanto nas falas do presidente quanto de seus filhos e assessores.

Em guerra com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que viabilizou o acordo do Butantan com a Sinovac, Bolsonaro chegou a dizer que o governo federal não iria comprar a CoronaVac e fez críticas ao imunizante. Recentemente, voltou a criticar a vacina, alegando que não funcionava.

A cúpula dos Brics, que mais uma vez foi virtual este ano devido à pandemia, reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Bolsonaro usou seu discurso de encerramento na cúpula para comemorar o avanço da vacinação no Brasil, apesar de apenas cerca de um terço da população estar completamente imunizada.

"A pandemia de Covid-19 dá sinais de que perde força. Com o avanço da vacinação, que no Brasil já alcança mais da metade da população com a primeira dose, e cerca de um terço com a imunização completa, em breve todas as atividades regulares serão definitivamente retomadas", afirmou.

O presidente repetiu ainda que seu governo tomou "medidas consistentes" de combate à Covid-19, e não descuidou da economia e do emprego.

Com quase 21 milhões de casos registrados e mais de 584 mil mortes por Covid-19, o Brasil é o segundo país com mais mortes pela doença no mundo, apenas atrás dos Estados Unidos, e o terceiro em casos, depois de EUA e Índia.

O país também patina na criação de empregos. No final do segundo trimestre, 14,4 milhões de pessoas estavam desempregadas, 14,1% da população economicamente ativa. A renda média caiu 6,6% na comparação anual.

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