Em entrevista em inglês à BBC, Doria diz que Bolsonaro é 'um cara louco' e não comenta eleição de 2022
Governador de São Paulo falou à BBC World News, canal internacional de notícias da BBC, na noite de quinta-feira (4/3).
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro é "um cara louco" durante entrevista em inglês ao BBC World News, canal internacional de notícias da BBC, na noite de quinta-feira (4/3).
"Ele é um cara louco. Hoje mais cedo, Bolsonaro atacou governadores e prefeitos que foram comprar vacinas e ajudar o país a acabar com essa pandemia. Ele disse que temos de ser fortes, que deveríamos parar de chorar e enfrentar o problema. Como podemos enfrentar o problema vendo pessoas morrerem todos os dias?", disse Doria ao apresentador Lewis Vaughan Jones.
"O negacionismo do presidente Jair Bolsonaro contribui para isso", continuou, afirmando que o sistema de saúde brasileiro está à beira do colapso.
De máscara, Doria falou de um palanque com a hashtag em inglês WeNeedVaccines, ou PrecisamosDeVacinas.
"Faltam vacinas, seringas e leitos de UTI. Não há coordenação nacional para combater a pandemia no Brasil. O sr. Bolsonaro continua enfraquecendo os protocolos de saúde, tornando mais difícil acabar com essa pandemia. Na verdade, só está piorando."
O governador continuou: "Infelizmente, o Brasil tem de enfrentar dois vírus no momento: o coronavírus e o 'Bolsonarovírus'. Uma tristeza para os brasileiros".
Confrontado com a posição do presidente, verbalizada pelo apresentador, de que as medidas de prevenção contra o coronavírus podem cobrar um preço da economia e da saúde mental da população, Doria respondeu que "antes de salvar a economia, temos que salvar vidas".
O governador se esquivou quando o apresentador perguntou se ele não estaria "jogando o jogo de Bolsonaro" ao fazer da crise algo político, e passou a exaltar as medidas tomadas por seu governo durante a pandemia.
O governador também não respondeu se concorrerá contra Bolsonaro em 2022: "Precisamos salvar vidas, não é hora de discutir eleições no Brasil".