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Em pronunciamento, Bolsonaro cita OMS e diz que é preciso salvar vidas sem destruir o emprego

31 mar 2020 - 21h13
(atualizado às 21h54)
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O presidente Jair Bolsonaro citou, em pronunciamento na noite de terça-feira em cadeia nacional de rádio e televisão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) para dizer que é preciso fazer o esforço para salvar vidas e voltar a defender que o efeito colateral das medidas de combate ao novo coronavírus não pode ser pior do que a própria doença.

31/03/2020
REUTERS/Adriano Machado
31/03/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O presidente mencionou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, segundo o qual todo indivíduo importa, mas acrescentou no pronunciamento que, ao mesmo tempo, é preciso impedir a destruição do emprego.

O presidente disse que o diretor da OMS disse saber que muitas pessoas têm que trabalhar todo dia para ganhar seu pão e os governos têm de levar isso em conta.

Bolsonaro afirmou não se valer dessas palavras para negar as medidas de proteção social. Mas novamente voltou a questionar o que será de autônomos como ambulante, vendedor e caminhoneiro.

"Esta tem sido a minha preocupação desde o início", disse ele, ao elencar medidas tomadas pelo ministro da Saúde e pelo ministro da Economia para, respectivamente, aperfeiçoar o atendimento público em relação à pandemia e proteger o emprego das pessoas. Ele não citou nominalmente os ministros.

Nesta terça-feira, Tedros tuitou reforçando que os governos precisam garantir apoio financeiro aos trabalhadores informais para que possam cumprir as medidas de isolamento durante a pandemia do coronavírus.

O pronunciamento do presidente desta terça foi mais equilibrado do que o da semana passada. Naquela ocasião, ele chamou o coronavírus de "gripezinha", criticou a ação dos governadores e gerou forte reação de políticos.

Desta vez, Bolsonaro conclamou a importância da colaboração e a necessária união de todos pela preservação da vida e do emprego, citando o Parlamento, o Judiciário, governadores, prefeitos e a sociedade.

Ainda assim, foram registrados novamente panelaços e protestos durante o pronunciamento do presidente país afora.

O presidente listou uma série de medidas adotadas nos últimos dias como ajuda financeira e adiamento no pagamento a Estados e municípios, linha de crédito para empresas e auxílio de 600 reais para os trabalhadores informais e vulneráveis. 

"Temos uma missão: salvar vidas sem deixar para trás os empregos. Por um lado, temos que ter cautela e precaução com todos, principalmente junto aos mais idosos e portadores de doenças preexistentes", disse. "Por outro, temos que combater o desemprego, que cresce rapidamente, em especial entre os mais pobres", completou.

No pronunciamento de cerca de 7 minutos, Bolsonaro disse que haverá uma suspensão do aumento dos remédios por 60 dias. 

O presidente disse que o vírus é uma realidade e que não há remédio contra ele --apesar de ter citado que a cloroquina, medicamento que ele tem feito propaganda nos últimos dias, estar se mostrando promissor. Ele reconheceu que "infelizmente" haverá perdas. "Todos nós temos de evitar ao máximo perda de vidas humanas", disse.

Bolsonaro afirmou que a sua obrigação como presidente vai além dos próximos meses. Disse que vai preparar o Brasil para a sua retomada, reorganizar a economia e mobilizar todos nossos recursos e energia para tornar o Brasil ainda mais forte após a pandemia.

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