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Empresas desistem de patrocinar homenagem a Bolsonaro

1 mai 2019 - 03h50
(atualizado às 06h50)
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Após pressão, companhia área, jornal e consultoria abandonam cerimônia em Nova York que vai conferir prêmio de "Pessoa do Ano" ao presidente. Hotel que alugou espaço para jantar de gala também está na mira de ativistas.Pelo menos três empresas que figuravam entre as patrocinadoras de um evento na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos que vai homenagear o presidente Jair Bolsonaro como "Pessoa do Ano" retiraram seus apoios. A cerimônia de entrega está prevista para ocorrer em 14 de maio, em Nova York.

Patrocinadores de evento têm sofrido pressão de ativistas devido a declarações homofóbicas e misóginas de Bolsonaro
Patrocinadores de evento têm sofrido pressão de ativistas devido a declarações homofóbicas e misóginas de Bolsonaro
Foto: DW / Deutsche Welle

A informação foi divulgada nesta terça-feira (30/04) pela rede americana CNBC e marca mais um revés para o evento, que tem sido cercado por polêmicas desde que Bolsonaro foi anunciado como homenageado.

Segundo a CNBC, entre os patrocinadores que desistiram de associar ao evento estão a companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times.

A Delta e o Financial Times não comentaram os motivos da decisão. Já a consultoria de gestão Bain & Company se limitou a informar que continua a apoiar a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, mas preferiu não patrocinar a cerimônia.

De acordo com a CNBC, os patrocinadores do evento têm sofrido pressão de ativistas por causa do longo histórico de declarações homofóbicas e misóginas de Bolsonaro.

Desde 1970, a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos escolhe todos os anos duas personalidades para homenagear, uma americana e outra brasileira. A cerimônia de premiação ocorre durante um jantar de gala com a presença de cerca de mil convidados, com entradas a preço individual de 30 mil dólares.

Antes da saída dos patrocinadores, o evento já havia sofrido pelo menos dois reveses. Inicialmente, a cerimônia estava prevista para ocorrer em um espaço de eventos do Museu de História Natural de Nova York (AMNH).

Após pressão de ativistas e funcionários da instituição, que argumentaram que a homenagem seria "uma mancha na reputação do museu", a direção da instituição decidiu revogar o aluguel do espaço. Neste caso também pesou a postura de Bolsonaro em relação à preservação do meio ambiente.

Antes de tomar a decisão final sobre o cancelamento, o museu chegou a afirmar em comunicado que havia alugado suas instalações "antes que o homenageado fosse conhecido".

Depois disso, o restaurante Cipriani Hall, em Wall Street, se recusou a sediar o evento diante da pressão de críticos do presidente, entre eles o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que chamou Bolsonaro de "um ser humano muito perigoso".

Por fim, os organizadores conseguiram alugar um espaço em um hotel da rede Marriott na Times Square. Mas, de acordo com a CNBC, a rede hoteleira também vem sendo alvo da pressão de ativistas e críticos do presidente.

Em uma carta enviada à direção da rede Marriott, o senador estadual democrata de Nova York Brad Hoylman pediu que a empresa reconsiderasse o aluguel do espaço, alegando que Bolsonaro é um "homofóbico perigoso e violento, que não merece uma plataforma pública de reconhecimento em nossa cidade". "O único prêmio que Bolsonaro merece é o de 'intolerante do ano'", disse.

Em resposta à pressão, um porta-voz da rede afirmou que é "obrigada por lei a aceitar a transação mesmo quando isso entrar em conflito com nossos valores". A rede é parte da Câmara Nacional de Comércio de Gays e Lésbicas dos EUA e patrocina o Centro Nacional para Direitos Lésbicos e seus executivos são conhecidos por defenderem publicamente causas LGBT.

Entre os patrocinadores que ainda mantêm apoio ao evento estão os bancos HSBC, Citigroup, JPMorgan, UBS, Bank of New York Mellon, Santander, BNP Paribas e a operadora de planos de saúde UnitedHealth.

No ano passado, os ganhadores da honraria oferecida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos foram o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.

JPS/ots

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