Geram crise onde não existe, diz Maia de polêmica com Temer
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou nesta quarta-feira que tenha havido qualquer problema entre ele e o presidente Michel Temer em decorrência de ambos tentarem cooptar deputados do PSB aliados ao governo para seus respectivos partidos.
"Tem muita gente no entorno do presidente (Temer) falando demais, e falando em off, o que é ruim, então acaba gerando crise onde a crise não existe", disse Maia em entrevista à Globonews.
"Da minha parte nunca teve problema. O DEM é um partido que tem uma posição clara, ideológica clara, a gente vai continuar na nossa posição e aqueles que queiram construir com a gente esse projeto, que é um projeto pensando o futuro do Brasil, um projeto de centro-direita, nós estamos abertos, sem querer mexer em nenhum partido da base", acrescentou.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, acusou Temer e Maia de tentarem levar deputados da bancada socialista para seus partidos, PMDB e DEM, respectivamente, em vez de trabalharem em favor da recuperação do país.
Desde que veio à tona à delação da JBS implicando Temer há dois meses, a direção do PSB decidiu romper com o governo. Contudo, um grupo de deputados e senadores do partido, juntamente com o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, não seguiu a orientação partidária e continua a apoiar o governo.
Maia recebeu Temer para um jantar em sua residência oficial na terça-feira, no momento em que Temer enfrenta uma denúncia por crime de corrupção passiva em tramitação na Câmara.
O presidente da Câmara é o primeiro na linha sucessória e assumiria a Presidência caso Temer seja afastado do cargo em decorrência da denúncia. Maia tem afirmado lealdade a Temer, mas nos bastidores já estaria discutindo as bases de um eventual governo a ser comandando por ele no caso do afastamento do peemedebista.
Temer será afastado caso 342 deputados votem a favor de autorizar o Supremo Tribunal Federal (STF) a analisar se aceita ou rejeita a acusação e se o STF aceitar a denúncia. A votação no plenário da Câmara está marcada para 2 de agosto.