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Estratégia para flexibilizar isolamento não significa saída imediata, diz Teich

23 abr 2020 - 19h42
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O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quinta-feira que a estratégia para a saída do isolamento do coronavírus que será apresentada pela pasta na próxima semana terá com base em um acompanhamento diário da doença, e não significa que vai haver uma flexibilização de imediato.

Ministro da Saúde, Nelson Teich
16/04/2020
REUTERS/Adriano Machado
Ministro da Saúde, Nelson Teich 16/04/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Segundo ele, serão adotados padrões levando em conta a situação específica de cada localidade para determinar as medidas de distanciamento social que devem ser tomadas para conter a disseminação da Covid-19, doença que já tem quase 50 mil casos confirmados no país e mais de 3.300 mortos.

"Quando digo que a gente vai ter que mapear no dia a dia e vai ter critérios, estratégias de saída, isso não quer dizer, primeiro, que a gente vai sair amanhã, e que alguém defenda o isolamento ou não. A gente defende o que é melhor para a sociedade", disse Teich em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

"Se o melhor para a sociedade for o isolamento, e tiver que ser o isolamento, é o que vai ser. Se eu puder flexibilizar, dando autonomia para as pessoas, uma vida melhor, e isso não vai influenciar na doença, é o que eu vou fazer", acrescentou.

Teich, que assumiu o cargo na semana passada, anunciou na quarta-feira que vai apresentar na semana que vem um modelo para ser usado por Estados nas avaliações sobre a possibilidade de saída do isolamento social em função do coronavírus, mesmo diante de alertas da própria pasta de que o país caminha para o pico tradicional de hospitalizações por doenças respiratórias.

De acordo com o ministro, o modelo já possui uma matriz pronta e deve incluir todas as variáveis possíveis. Ele citou que os governantes serão orientados a também recuarem das medidas de afrouxamento em determinadas situações.

O ministro reforçou nesta quinta-feira que as análises deverão ser feitas com base nos dados diários da doença.

"Não existe uma escolha de isolamento ou não, é o isolamento na hora certa e a liberação na hora certa. A gente tem que definir isso no dia a dia. Essa capacidade de julgar e tomar decisão que vai fazer com que a gente consiga ajudar a sociedade", afirmou.

A decisão do governo de estabelecer os parâmetros para o relaxamento das medidas de contenção social --uma das razões da queda do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que era defensor do isolamento apesar da oposição do presidente Jair Bolsonaro-- ocorreu apesar de diversos Estados estarem com seus sistemas de saúde em dificuldade.

Além disso, espera-se para o final de maio o pico das internações por doenças respiratórias no país, de acordo com dados dos últimos anos.

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